domingo, 31 de janeiro de 2010

domingo, 31 de janeiro de 2010
21:50


Janeiro comprido.
Mais comprido do que qualquer agosto.
Minha casa não caiu, não nadei na enchente, não fiquei preso em congestionamentos sem fim.
Mas o ano está só começando.
Janeiro comprido.
Fim de coisas, coração vagabundo, preguiça chata.
Não me lembro de um janeiro tão longo assim.
Tão longo, tão curto. Já acabou e eu nem vi.
E nem senti.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

E nada mais importa


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
21:44





Nenhum embuste me engana mais, nenhum fósforo aceso pode atear fogo à gasolina congelada de uma só vez! A combustão é lenta...
Risco um, risco dois e três. Apagam-se os fósforos, perco todas as apostas.
E o resto é petróleo escorrendo, lento, na pista.
Seus embustes não mais me enganam! Nenhum deles! Nem mesmo os seus golpes mais baixos.
Tudo o que eu quero, agora, é atear fogo em tudo, é ver tudo queimando ao sol.
Tudo é risco, tudo é o que eu arrisco. E o tanque cheio anseia pela combustão.
Volátil gás, voláteis paixões. Gás inflamável na placa. Gás que não queima, não queima, não explode.
Há impostores por todos os lugares: você e todos os outros. E nada queima.
Seu fogo, sua combustão instantânea, sua explosão! Tudo falso. Explosão tímida de um balão de gás.
E eu me arrisco riscando fósforos e tentando atear fogo à gasolina congelada.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Politica

sábado, 23 de janeiro de 2010
10:29


Às vezes tenho vontade de escrever sobre política, mas este espaço não é pra isso!
Além do mais, política, à revelia dos fatos, não passa de uma mera questão de opinião.
Já tivemos nesta cidade gestões populares e participativas, que foram severamente criticadas pela grande mídia, que está ligada aos interesses privados de certos grupos privilegiados.
Promover a cidadania oferecendo boa escola, acesso a saúde e um transporte público de qualidade, não são atitudes vistas com bons olhos por nossa classe média preconceituosa. Parece, que para eles, vale aquela velha máxima: Dê alguma coisa aos pobres e eles nunca vão deixar de querer sempre mais e mais!
Então, eles gostam de ver a maioria privada de tudo: de uma vida digna, de possibilidades de um futuro e, o melhor, vivendo na periferia, lá onde a encosta cede e onde a população negra e mulata e a maioria dos migrantes e seus filhos ficam confinados, sem enfear os belos jardins, de população branca e sorridente.
Falar sobre política seria me irritar, descrevendo a apatia das pessoas diante da tarifa de ônibus urbano mais cara do país, que nem por isso é transportada dignamente, espremida como sardinhas em uma lata.
Falar sobre política seria me irritar com a falta de planejamento que vem irritando toda a população, apesar de vivermos por quase 20 anos sob o julgo de um único partido que conduz o Estado de SP sabe-se lá para onde.
Não quero saber de partidos, apesar de naturalmente tender para a esquerda, afinal eu sou pobre, sou filho de trabalhadores, obtive tudo por meio de sacrifícios; não me interessam partidos com suas visões parciais e seus projetos de poder. Sou contra qualquer tipo de manipulação e sectarismo.
Minha cabeça, meu voto!
Todos poderiam pensar e agir assim.
Mas não, o que veremos daqui por diante serão as "pesquisas de opinião" encomendadas e tendenciosas, que farão a cabeça das pessoas.
O que veremos são as falsas propagandas daquilo que foi feito (muitas vezes mal-feito) e os ataques pessoais. Um festival de baixarias e escândalos.
Então, para que escrever sobre política? Não quero me irritar mais.
E, todos os assuntos que dividem as pessoas, que geram contendas inúteis e sem fim, não me interessam.
Política, religião etc. Para isso tudo é claro que tenho uma opinião.
Mas como todos os outros é só uma opinião. Não a verdade absoluta. Por isso prefiro calar sobre esses temas.
A opinião é uma coisa tão vil, que faz com que as pessoas cubram os olhos diante da verdade óbvia, distorcendo tudo para confirmar aquilo que sai de sua boca e ludibriar os menos cuidadosos.
Tudo é trama, tudo é ardil, tudo é vaidade pessoal.
Por isso, enquanto puder, fugirei desses temas e tentarei usar este espaço para sonhar. Pois a vida é medíocre, mas nem por isso deixemos de sonhar!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Janeiro

domingo, 17 de janeiro de 2010
16:51


A vida escorre lenta em janeiro, como aquele punhado de lama que a gente pega no fundo da água da praia, que a gente não consegue prender entre os dedos.
Janeiro, coração não acelera, bate na velocidade da incerteza.
Olho o tempo passar pelo espelho em janeiro, os olhos um tanto vermelhos, o corpo um tanto mais dolorido.
Desejo, sonho, tudo que não vem, tudo que está aqui, tudo parado.
É janeiro, sinto o tempo passar como a água da chuva que escorre.
Te quero.
Te quero.
Te quero!
Janeiro é só o começo do sofrimento do ano inteiro.
Te espero, estamos só em janeiro!

domingo, 10 de janeiro de 2010

E agora, você consegue me ouvir?

O tempo.
Os teóricos dizem que próximo de um buraco negro o tempo é achatado, até parecer que parou totalmente.
É como se o relógio fizesse o tic, mas nunca mais chegaria o momento do tac.
Uma mente livre e um amor no coração. Sou rico, sou completamente miserável.
E o relógio vai fazendo tic-tac enquanto eu não te vejo. Mas quando eu te ver ele fará apenas tic-tic-tic-tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiic.