quarta-feira, 6 de março de 2013

voz para todos

Voz para todos.
Ecos de preconceitos e ressentimentos debaixo de uma capa de boas intenções.
O namoro com o totalitarismo começou assim, vislumbro no horizonte que boa parte da humanidade está louquinha para reatar esse relaconamento macabro.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

muñequito

"You knew about this
With your head in your hands
All along
I was the puppet
I was the puppet
"


Cova rasa, apenas coberta com uma fina camada de pó.
César, aqueles que vão morrer te saudam!
Apenas morro, me enterro um pouco mais nessa fina camada de poeira.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vary e Tatry

Na música Original Sin, Michael Hutchence canta com uma interpretação intensa:

"Dream on white boy, white boy

Dream on black girl, black girl

And wake up to a brand new day

To find your dreams are washed away"

Esta música foi lançada em 1983, Hutchence suicidou-se em 1997. Tempo que passa, tempo que vai. O garoto branco e a menina negra daquela época já despertaram paa o tal novo dia e tiveram a ingrata surpresa de que os sonhos foram todos arrancados.

Décadas que ressurgem na memória a cada vez que a música é tocada.

Eu despertei, depois do meu último sonho não tenho mais sonhos. Talvez por isso me sinta tão bem em dormir, talvez para viver um sonho novo.

1983, nessa já vão quase 30 anos.
1997, talvez michael estaja aonde sempre quis estar.

Afinal, só queremos sonhar. Queremos tão pouco e esse pouco sempre nos é tirado.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

My fair, my unfair

Domingo, dia de eleição.
Corpo enfiado até o pescoço na lama, São Paulo afundo cada dia mais.
Poucas escolhas ou, pra ser mais preciso, escolha nenhuma.
Que vença o menos pior. E que não destrua um pouco mais, um pouca ainda mais, nossa prostituta, cafetina, má e amada cidade.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Palavrório rebuscado e repleto de arabescos

Ora vamos!
Só a televisão acalma. Só a cama convida ao sono.Só a cama chama à reflexão.
Menina dos olhos tristes, do sorriso amarelo nada convincente, das meias-verdades inteiras; aonde está você?
Não me drogo, me jogo, respiro cem litros de fumaça tóxica por dia, minha vida é poema, é poesia tijolo-concretista, cheias de citações ao dadaísmo barroco.
Pilantra, idiota, cego, suicida.
Só petróleo e óleo escorrendo, lento e cada vez mais lento.
Triste, pífio, derrotado, mas ainda não morto.
Apenas despejando palavras.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Geometrida

Há uma crítica sobre a falsidade da palavra escrita, ela é pensada, ponderada, nunca é o pensamento em estado bruto.
Nunca será verdadeira, nunca será sincera.
A Filosofia pretende pensar sobre o pensamento, mas, na verdade, escreve infinitas linhas sobre palavras que foram escritas anteriormente.
Palavras que foram ponderadas, deturpadas, copiadas, refutadas etc.
Um dia talvez, com Sócrates e outras pessoas que apenas se deram ao trabalho de pensar e comunicar, a Filosofia teve alguma coisa de verdadeira.
Hoje ela é só palavras sobre palavras, discursos construídos em cima de discursos.
É sincera? É verdadeira?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Maya

Maya é o demônio que constrói casulos e teias. Semelhante a uma aranha, Maya tenta esconder o mundo real, tenta manter o mundo real encoberto por suas camadas de teia.
O mundo encoberto de Maya é confortável, nele não há dor. Não é preciso agir, pelo contrário, a inação é que se torna necessária, para não romper as finas camadas de teia e se desvencilhar do sufocante, porém agradável casulo.
Escapar do casulo de Maya sempre significará uma escolha errada, difícil e dura, pois significa a negação e não significa negar o que é ruim, ao contrário, significa negar o que é bom, o que falsamente nos protege.
O mundo de hoje é o mundo de Maya.

(talvez o mundo, desde quando o homem começou a produzir cultura, seja o mundo de Maya)