quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Nada mais mentiroso do que idealizar a infância como a fase mais feliz da vida de uma pessoa.
Uma criança não é mais do que um pequeno ser, totalmente dependente e com todas as suas reações e sentimentos extremados.
Para certos adultos uma criança não é mais do que um pequeno animal, inofensivo, totalmente à mercê, dada a sua total dependência, e desprovido de mágoas profundas ou rancores (esses só irão aflorar ao longo de toda a vida).
Sobreviver à infância é, geralmente, sobreviver ao inferno. Todos os adultos são seres humanos, afinal. Todos os adultos erram e acertam, mas, aos olhos de uma criança, eles nunca estão errados.
A mãe será sempre a mãe. Drogada, alcolizada ou simplesmente negligente ela será sempre o ponto de referência principal para qualquer indivíduo.
Enfim, é possível sobreviver ao inferno. Mas nunca se sai ileso dele.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

veja mais tv!

Mais uma vez o espetáculo midiático tenta requentar um velho crime causando outra vez 'comoção' nacional.
Um crime insosso, ocorrido nos confins de uma periferia qualquer, mas que ganhou imensa projeção pelo motivo da mídia ter feito um enorme circo em volta do conjunto habitacional no qual se passava a ação. Imensa projeção devido à inépcia policial em fazer uma ação rápida e eficaz para acabar logo com o show (claro! não se tratava do seqüestro da filha do Sílvio Santos, o que causaria temor entre as elites).
Show arrastado, cheio de erros e com todos esperando o desfecho trágico (aliás, a longa demora de cinco dias encheu os espectadores - e a mídia -, era preciso que um cadáver, ou vários, saíssem do prédio). Pois é: da periferia não pode sair outra coisa senão tragédia!
Agora, arma-se o circo todo novamente. Outra vez tenta-se fazer a comoção nacional. Entrevista com advogados, mesas redondas com juristas, mastigação de termos técnicos, apenas para o povão ter o discurso pronto na ponta da língua, pra qualquer um ser o 'excelentíssimo juiz' nas discussões de botequim.
Um advogado de acusação (não sei se da Promotoria, pois não acompanho o caso a fundo) disse que o jovem era um 'calculista'. Vejam só, uma ação impensada dessa é calculada friamente!
Todos sabem que não é necessário ser um Jack Estripador para dar um sumiço numa pessoa sem ser incomodado pela lei. Lógico, se essa vítima for um pobre coitado, pois, como todos nós sabemos, só crime contra rico é investigado nesta terra.
Enfim, quem quiser que aproveite o show!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Chauve-Souris

Batman sempre foi o herói herói.
Seus inimigos eram aberrações saídas de um circo de horrores. Um patético Pingüim, um egocêntrico Charada e, o melhor de todos, o cínico (e mesmo um pouco masoquista) Coringa.
Suas estórias eram sempre passadas no cair da noite, quando as pessoas iam se abrigar nas suas casas e as ruas eram dominadas pela escória.
Um herói herói, que batia, batia, espancava, mas nunca matava suas vítimas: os seres mais caricatos e pérfidos que se possam imaginar.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quimerismo

Sempre me pergunto qual a intensidade de exposição a um vírus que uma pessoa deve sofrer para ser infectada?
Nunca tive medo de morrer, apenas não quis morrer cedo imaginando que estaria desperdiçando um futuro glorioso. Porém, o futuro nunca chegou.
Agora o medo foi embora, junto com o futuro.
E o que fica é a certeza da morte.
Um vírus? uma bala? um atropelamento?
Tanto faz.
Morrer gozando ou gozar morrendo?
Também tanto faz.

"morrer é leve como uma pena, viver é pesado como uma montanha"

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

simulacra

simulacrum is always right; you are always wrong. (exceção feita ao simulacrum, retirei esta frase da internet. Bem interessante!)