quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um ano bom

Termina um ano bom.
Apesar dos contratempos, sentirei falta dos momentos bons!
Apesar de tudo, não me lembrarei dos momentos ruins.
Foi um ano bom, fiz o que quis, fiz o que devia ter feito; embora ache que fiz pouco diante da urgência da vida e das coisas!
Sim, foi um ano bom!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

época das reconciliações e dos bons sentimentos

É comum nesta época, os festejos de final de ano, vermos as pessoas se abraçando, se reconciliando. Ver velhos desafetos trocando abraços tímidos em meios a sorrisos amarelos.
Mas, o que há de tão errado assim em eu odiar meus inimigos?
Se odeio alguém é porque sinto por essa pessoa um sentimento tão ilimitado de admiração, de devoção ou de amor não retribuido, que o único sentimento que posso nutrir por ela é o ódio.
Se odeio alguém, é porque não quero que a minha presença seja indiferente para essa pessoa, é porque quero ser alguém para essa pessoa.
Se o ódio é recíproco, é sinal que essas duas pessoas caminharam (ou poderiam ter caminhado) juntas em algum momento da vida, mas uma das duas esperou o que nunca viria. O relógio da existência, aquele que faz com que os tempos na vida sejam os corretos para os encontros e os afastamentos, nunca bateu sincronizado para os dois.
O que há de errado em eu continuar odiando meus inimigos?
E se eu e meu inimigo amamos nos odiar, nos respeitamos muito mais do que pessoas que dizem que se amam e, por fim, somos muito bons nissos e nosso ódio e rivalidade têm reflexos criativos? Qual o mal em seguirmos nos odiando?
Vivemos uma época estúpida, a época do 'ser positivo'.
Mas, o que há de mau em ser negativo?
Bons sentimentos, nobreza, insistência, persistência; todas essas coisas não escondem nossa verdadeira face? Não escondem a face mesquinha e ressentida que procuramos esconder por trás dos sorrisos?
O negativo, a negatividade, salva as nossas almas da mediocridade, das frases feitas, dos lugares-comuns.
Num mundo positivo, os negativos são o contraponto, eles criam a tensão necessária, eles polarizam, eles polemizam.
Ser positivo é abstrair: abstrair a dor, o sofrimento.
Ser negativo é apertar a maldita ferida, ao invés de alisá-la, até que todo o pus, até que todos os vermes sejam espelidos.
A carne pode doer muito, mas o mal foi estirpado do corpo.
Agora o positivo masoquista alisa a ferida, vive a base de placebo, com o pus contaminando todo o corpo.
Ele é positivo, ele pensa em coisas boas, tenta não deprimir, alisa a ferida para se enganar pensando que ela irá doer menos.
E enquanto se engana, algo apodrece dentro dele.
Pense positivo, fuja da dor!
Pense positivo, seja positivo!
Deixe que da negatividade me encarrego eu...

sábado, 26 de dezembro de 2009

Experimentem também nosso serviço de Delivery

Segunda-feira, Agosto 11, 2008

Hoje estou preenchido pelo tédio, tédio mortal.
Vou ver se encontro por aí, em alguma prateleira alguns corações enlatados para comer no jantar. Um só coração já me alimentaria por muitos anos.
Canned Hearts from Russia, USA ou de qualquer outro lugar.
Com molho vermelho ou branco? Tanto faz, tanto faz.
Numa prateleira bem baixinha tem umas latas meio empoeirados, corações de marcas bem baratinhas, com validade e procedência bem duvidosas...
Hum, coço o queixo, será que vale a pena?
Um coração indigesto causaria danos à minha saúde que eu demoraria anos pra me livrar.
Latas malditas! Tem algumas coisinhas escritas com letras bem miudinhas... Nossa, está escrito em grego, em árabe, em chinês e até em sânscrito. Alguém no mundo sabe ler sânscrito?
Mas eu encasquetei com essa lata. Sei lá, tem um brilho nela, uma harmonia de cores entre o dourado e o vermelho.
Poderia ser bem mais fácil saber o que está escrito nessa lata antes de abrí-la e preparar esse coração...
Eu olho pra danada da lata. Seria até capaz de levá-la pra casa só para pô-la em cima da estante, ao lado dos meus livros e ficá-la admirando.
Mas não quero admirá-la! Quero comer o coração que está dentro dela.
Droga, não entendo de corações, não entendo as letrinhas impressas nas latas.
Comprar a lata com o coração? Comer ou deixar o coração na lata? Morrer de inanição?
Vida difícil essa nossa, hein!?
Perdi vários minutos olhando pra essa lata, com esse coração (que eu nem sei como é ou de onde veio!) enfiado dentro dela. Não sei se a levo. E se leva-lá, não sei bem o que fazer com ela.
Maldita fome de amor, maldita fome!
E o pior é que apenas um coração enlatado, escolhido da forma certa, poderia saciá-la por anos.
Que vida a nossa, hein!?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CdmaOne_TheLetter

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
21:26


Medito sobre coisas passadas, na tv a novela me enoja, a tv me enoja.
Não se pode perder aquilo que nunca se teve!
Haha! Pode ser.
Queria ver um filme bem antigo, sei lá pode ser Sunset Boulevard ou Casablanca, ou mesmo o Mágico de Oz.
Podes crer, filme bom pra essa época é o Mágico de Oz. Ver a Dorothy perdida num mundo bizarro com seus três amigos freaks e seu cão.
Deus abençoe todos os amigos freaks, pois são eles que nos trazem a paz e os melhores momentos compartilhados!
Um leão covarde, um espantalho e um homem de lata, cada qual tem um sonho!
Sim, os freaks também sonham, embora se diga o contrário por aí!
O mundo dominado por bruxas e o Mágico, aquele que põe ordem em tudo, não tá nem aí pro seu mundo.
Tijolos dourados!
Preciso ver o rosto da Judy Garland novamente, correndo por aí com os sapatinhos mágicos.
Judy Garland colorida através do Technicolor. É outra coisa, é outro mundo.
Um mundo de sonhos, não esse mundo nosso de pesadelos, onde nada acontece (onde nada de bom nunca acontece).
Mundo monótono, chato, previsível.
Benditos aqueles que ainda ousam soltar bombas por aí, para nos despertarem desse maldito sono estourando nossos tímpanos.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Nem rua, nem estrada, bem longe do coração do mundo

Não existe espaço sem tempo, e nem tempo sem espaço.
É espaço-tempo!
Lembro de alguma coisa, acontecida há um certo tempo e em um determinado lugar.
Espaço e tempo.
Lembranças cheias de significado nenhum, esperanças e medos sem nenhum fundamento.
Um determinado lugar no espaço, por um certo período de tempo.
Onde te encontro? Em quais horas? Em quais dias?
Onde? Em quais ruas? Perto de qual lugar?
Não naquele lugar onde o tempo pára e não flui!
Aquele lugar, sempre! Aquele mesmo lugar.
Único lugar, que preserva momentos inteiros de breves segundos por tantos e longos anos.
Aquele lugar, repleto de boa magia, repleto de uma paz distante, não sentida há tanto tempo.
Único lugar, que rasga o tecido, não mais espaço-tempo, lugar único no qual o tempo pára, no qual o rio diminui seu fluxo.
Você não entende. Talvez daqui a mil anos, daqui ao milésimo verão você entenda.
Não por não ser capaz. Mas por ser tudo assim, tão incompreensível!
Rasguei o tecido do tempo, por um segundo, pra salvar meu refúgio, pra preservar meu santuário.
Ninguém me rouba isso, ninguém me tira!
E eu caminho por ruas e estradas e passo por pontes e viadutos. E nenhuma delas me conduz ao meu destino (destino?).
E as ruas e as pontes e os viadutos que conduzem ao coração do mundo, à capital secreta do mundo, estão fechadas e apagadas. Não constam mais no guias e nem nos mapas.
E assim, me perco no mundo, tento viver um pouco do tempo em algum espaço agradável, que não seja o velho esconderijo.
O refúgio, o coração do mundo, a capital secreta do mundo, não se abre, para mostrar mistérios ocultos e secretos para mim.
É tortura ter que viver aqui, preso no espaço e no tempo, se é lá que eu quero me perder, lá onde o tempo pára, lá na capital secreta do mundo, que em todos os meus sonhos se abre para mim!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Bo

Precisava escrever sobre Bo. Bo é um desses seres fantásticos, que a gente só vê uma vez na vida, um único instante, e fica o resto da vida morrendo de saudades.
Obrigado Bo por ter aparecido, justamente no dia que eu queria que o mundo acabasse.


Chego na frente de casa lendo um papel, estou compenetrado demais, chego automaticamente perto do portão, o papel cai, e me abaixo para apanhá-lo e me atrapalho com a mochila que tinha nas costas e estava segura só por uma alça e a outras coisas que estava carregando. Quando eu levanto tomo um susto, e ela também toma um susto.
(O portão que dá para a minha casa é daqueles baixinhos, com um muro também baixo, coisa muito comum em bairros.)
- Oi, eu moro aqui!
Fico muito constrangido falando isso para aquela garota que eu nunca vi.
- Ah, tudo bem.
Ela sai da frente do portão e me deixa entrar.
O portão da minha casa dá acesso a mais duas, ela deve ser hóspede de alguma dessas duas casas.
- Meu nome é G. Desculpe se te assustei, estava distraido. Mas você também me assustou.
- Eu sou a Bo - disse ela.
- Bo, nome diferente.
- Na verdade é Karina, mas sempre fui Bo!
Ela era loira, bonita, cabelos trançados, olhos grandes e vivos e tinha um rosto sorridente. Parecia ter sido desenhada a mão.
- Bo é legal - eu disse - Bo faça isso, Bo faça aquilo, Bo já pra casa!
- Haha, é bem assim mesmo. A vida é bem difícil quando a gente tem catorze anos!
- Catorze anos, com esse tamanhinho???
- Tá bom, é só dez! - diz ela bem contrariada.
- Gostei de você Bo, onde você está morando?
- Sou sobrinha da Linda, estou só por uns dias.
- Ah, da Linda, é que as vizinhas das duas casas são loiras. Pelo seu rosto eu não conseguiria definir de quem você é parente.
Com a chave na mão, abro a porta da minha casa. Bo olha curiosa pra tudo que tem dentro.
- Então, Bo, estou entrando. Adorei conversar com você mas estou muito cansado. Preciso descansar um pouco.
- Tudo bem, nos vemos depois. - diz ela dando um sorriso enorme.
E depois que eu entrei por aquela porta, nunca mais vi Bo, nem tive notícias dela.
Foi real?

* * *
PS.: Bo me deu as respostas para um sério enigma!
Até um dia, Bo!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Deseo

- E então, como é que a gente se desapaixona?
- Desapaixonar?
- É!
- Bom, não dá pra escolher a hora. Desapaixonar pode virar lembrança boa, se acontecer devagar, respeitando o tempo. Desapaixonar pode ser muito triste, se for uma ruptura onde os dois sofrem, ou um dos dois sofre. E desapaixonar pode ser um sentimento difícil de lidar, quando o amor continua querendo viver dentro de um dos dois, que não quer que o amor acabe, vira um ódio, uma aversão ao outro.
- Hum...
- Acho que o pior sentimento é o último, sentimento enrustido, travestido, amor misturado com desejo de vingança... Nunca dá certo.
- Não quero me desapaixonar! Aliás, desapaixonar não é questão de querer ou não querer, não é?
- Mais ou menos, quando é bom é mais ou menos assim: vai tão de repente assim como chegou, sem pedir licença pra entrar e nem sem se despedir.
- Não quero desapaixonar. Não vou desapaixonar. Cada dia sinto mais a alegria de amar quem amo.
- Acho que isso te faz bem.
- Às vezes, quando essa pessoa sorri pra mim, é como se o mundo pudesse acabar, que mesmo assim tudo estaria bem.
- Então, acho que, com alguma sorte, quando você se desapaixonar, alguma coisa bonita dessa pessoa estará vivendo dentro de você.
- Já vive! Já respira! Já pulsa e todos os dias se mexe, muito viva, dentro de mim!

Sherbet Nebulosa

Terça-feira, Outubro 23, 2007

Você não sabe que eu te amo.

Nem imagina que eu me apaixonei pelo imã que você carrega nos olhos e arrasta com força tudo que existe no mundo pra dentro deles.

O que será que você pensa de mim?

O que será que você achou de mim?

Será que você vai estar lá, quando meus olhos procurarem por você, com os olhos meio encobertos pelos cabelos?

Queria te cheirar muito até descobrir o cheiro doce de baunilha que eu sei que existe em você, queria saber onde encontrá-lo: na sua boca, na sua nuca ou entre seus dedos.

Você é uma explosão de cores, de sons e de vontades.

Você é o desejo de comer em um prato uma refeição que nunca se acabe.

Sherbet Nebulosa, Vanilla Supernova.

Sherbet grande, é bonita e engraçada.

Mas ainda não pra mim.

Me apaixonei pelo imã que você carrega nos olhos, vamos para a cama de grama? Para a cama de areia? Você que escolhe.

Seu imã poderoso nos olhos, seu cheiro de baunilha que eu quero encontrar.

Meu doce, meu desejo, meu sorvete.

Minha Sherbet Nebulosa, doce Vanilla Supernova.

Fala mais, não percebi se sua voz é gostosa de se ouvir.

Duas palavras: "não sei!" são difíceis de se guardar na memória.

Estou apaixonado por você!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SOLITUDE (Alguns Pensamentos esparsos)

Domingo, Novembro 19, 2006

Ô triste, triste était mon âme
À cause, à cause d'une femme.

Je ne me suis pas consolé
Bien que mon coeur s'en soit allé,

Bien que mon cœur, bien que mon âme
Eussent fui loin de cette femme.

Je ne me suis pas consolé,
Bien que mon cœur s'en soit allé.

Et mon cœur, mon cœur trop sensible
Dit à mon âme : Est-il possible,

Est-il possible, - le fût-il, -
Ce fier exil, ce triste exil ?

Mon âme dit à mon cœur : Sais-je
Moi-même que nous veut ce piège

D'être présents bien qu'exilés,
Encore que loin en allés ?

(Verlaine, Paul: Romances sans paroles III)


Quando penso em você fico triste, vejo a ausência de desafios interessantes nessa vida, penso em pessoas, observo as coisas, rompo e recomeço.
Não há razão de haver mais este ostracismo, não há razão para cultivar essa ausência. Mas talvez cultivar essa ausência seja melhor que enfrentar o grande nada, esse vazio enorme que me persegue e que sempre existiu.

Asas do Desejo

Quando assisti Asas do Desejo (Der Himmel uber Berlin - Dir. Win Wenders, 1987), fiquei fascinado, é um dos filmes mais perfeitos já produzidos: o uso dos espaços externos, o lindo Poema da Infância de Peter Handke, os pensamentos dos berlinenses, de todas as origens se confundindo na mente de um anjo, os anjos da guarda assistindo e cuidando das pessoas.
E uma linda e profunda tristeza permeando tudo.
Acho que também procurava alguém que se parecesse com a trapezista, agora quando assistir novamente Asas do Desejo, saberei que minha tristeza tem razão de ser.
Ela realmente existe...

O que é o verdadeiro amor?

O verdadeiro amor chega assim:
num olhar, esperando numa fila,
numa caminhada na praia
ou numa festa de aniversário

O verdadeiro amor é cíclico,
é atemporal, é a tristeza alegre
e a totalidade da vida

O verdadeiro amor vai assim:
breves despedidas e longos afastamentos...

(SP, 2006)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Perfect skin

"at the age of ten she looked like greta garbo
and I loved her then,
but how was she to know that

when she smiles my way
my eyes go out in vain
she's got perfect skin"


terça-feira, 1 de dezembro de 2009
20:54


Olho pra você hoje apresentando o boletim do tempo na televisão.
Você nunca ligou pra isso e hoje está toda bonita e bem vestida mostrando às pessoas como será a temperatura, se irá chover, cair granizo etc.
E eu lembro das coisas bonitas que você falava quando tínhamos muito tempo a gastar com coisas inúteis.
Nós sempre nos espremíamos em pé nos ônibus e no metrô lotado, você vivia a sua vida como uma monja, pensando só nas coisas sérias, vivendo para as coisas do seu mundo.
Hoje você deve pegar congestionamentos imensos no seu carro com vidros escuros e com ar-condicionado.
Hoje o maquiador da emissora te deixa tão irresistivelmente bonita para aparecer na tela, mas você não é tão bonita quanto nos dias em que eu te via pela manhã, apenas com o rosto lavado.
Sua pele, será que continua tão perfeita quanto era?
Tudo passou, tudo mudou.
Agora você é a moça do tempo.
Aquela pele perfeita, aquelas frases divertidas e agradáveis, aqueles dias cinzas nos quais o sol brilhava forte nos nossos sonhos ficaram para trás.
Agora você mora em um apartamento na área nobre da cidade, janta em bons restaurantes, prepara sempre alguma viagem interessante.
Sua vida brilha, é dourada.
Mas, será que você continua a mesma? Será que você foi mudada por todos esses confortos e facilidades?
Você falava coisas tão bonitas, coisas tão simples.
Sinto falta daquele tempo.
Bem que poderiam, algum dia, deixar você apresentar o boletim do tempo usando calça jeans, camiseta de caveirinhas e tênis velhos.
E sua pele era tão perfeita pra ser escondidas debaixo da maquiagem realçada pelas luzes falsas da televisão. Tudo é falso na televisão!
Sinto sua falta...
Não quero saber do tempo amanhã!
Queria apenas ter você por perto, contando algum fato corriqueiro ou alegre.

domingo, 29 de novembro de 2009

Narayana

domingo, 29 de novembro de 2009
17:45

Há poucas verdades nesta vida.
Os homens dizem que a verdade é relativa. Não é!
A verdade é a verdade, as distorções da verdade é o que os homens fazem de acordo com seus pontos de vista, que são vários, que mudam conforme suas ambições e intenções.
A mim só cabe a verdade mais bonita, a verdade mais simples.
Não adianta impedir um rio de encontrar o mar, não adianta represá-lo ou desviá-lo, o rio sempre seguirá seu rumo, a água é paciente e sempre segue seu caminho.
Queimar uma floresta inteira não impede que o inverno acabe e chegue a primavera e o verão.
O que é, é. O que não é, nunca será.
Tudo é tão simples, como conta de 1+1, qualquer um entende.
E o rio encontrará o mar, assim é.
As águas se misturarão até o doce não se saber mais doce, até toda a água doce se salgar, tudo tão misturado, até ser apenas a mesma coisa, a mesma água salgada que alimenta toda vida.
A verdade existe, querer enxergá-la ou não é uma questão de escolha.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tronos, Potestades e principados

Sexta-feira, Janeiro 30, 2009

Eu não estava lá.
As coisas acontecem e eu nunca estou lá.
Tudo o que quis um dia foi ser amado e admirado. Mas sou só o palhaço.
O palhaço de olhos tristes.
Torta na cara, chute na bunda, tapas na cara.
O riso debochado na platéia que desconta no pobre palhaço as suas frustrações de uma vida inteira que nunca passou de um projeto inacabado: uma paixão adolescente que não se realizou, a decepção na entrevista para o melhor emprego de suas vidas, o carro sonhado que não foi comprado, a casa dos sonhos que nunca existiu, os filhos perfeitos que nunca nasceram.
O palhaço leva seus tapas na cara, o riso escrachado e debochado de todos me deixa triste.
Tão triste quanto o palhaço.
A luz se apaga, o circo esvazia, ele tira a pintura da cara. Passa a ser mais um dos frustrados, mais um dos que perderam o amor de suas vidas, mais um dos que perderam o bonde da felicidade.
Com a pintura ele era um super-homem triste.
Nenhum chute na bunda é capaz de fazê-lo tramar um assassinato de vingança.
Ele é sempre astuto pra se esquivar de uma torta na cara, de um balde de água ou de uma bofetada.
Mas sem a pintura e as roupas coloridas o super-homem some.
Apenas mais um homem sozinho sobe as ruas. Sem a mulher sonhada, sem os filhos perfeitos, sem a vida desejada.
Um pouco de álcool, alguns sorrisos, uma noite triste, uma vida superficial.
A vida do abandono coletivo, onde todos preferem não ser, para serem alguma coisa.
Acho que é por isso que o palhaço sempre tem algum brinquedo ou algum truque pronto no bolso: é pra nunca esquecer que quando ele quiser pode ser um super-homem!

domingo, 22 de novembro de 2009

As coisas importantes acontecem em um segundo 3

Não sei porque, mas essa frase causou um enorme impacto em mim. E eu tento, tento, mas não consigo escrever nada que seja suficientemente bom pra descrever o impacto dessa frase.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009
20:58


O normal do avião é cair, ou antes disso, é nem mesmo sair do chão. O normal do barco, principalmente o que tem o casco de ferro é afundar. Mas o esforço sempre contradiz as verdades do senso comum. Hoje, com todos os conhecimentos que temos, todos se espantam se um avião cai ou ficam perplexos quando um enorme navio encalha ou afunda.
É o tempo.
"As coisas importantes acontecem em um segundo, ou mesmo em menos que um segundo."
A decisão deve ser rápida, a ponderação deve ser infinitamente longa. Deve-se pensar em todas as possibilidades, todos os contratempos.
A decisão deve levar menos que um segundo, afinal é uma decisão. É como derrubar o primeiro dominó da fileira, é como derrubar a carta que é a base da pirâmide de cartas que fora construída.
Minha decisão é o que hoje me faz viver com objetivos.
Meus objetivos...
Minhas decisões. Às vezes estranhas, às vezes controversas e quase sempre questionáveis.
Mas estou bem. Apesar de todas as perdas, apesar de tudo.
Apenas não quero morrer enterrado no hábito.
Não quero matar o tempo.

sábado, 21 de novembro de 2009

As coisas importantes acontecem em um segundo 2

sexta-feira, 20 de novembro de 2009
19:41


O Big Bang aconteceu em menos de um segundo, muito menos, um tempo inimaginavelmente curto.

Não sei porque gosto de correr riscos. Se um dia eu descobrir, prometo te dar a resposta, não que você alguma vez tenha me pedido.
Poderia dizer que corro riscos para me sentir vivo, pelo sabor da aventura.
Mas sou um pobre fudido, a minha vida por si só é uma aventura. Sair de casa é uma aventura, voltar é uma aventura.
Você é um risco, te amar é um risco.
Sua atenção e compreensão me arrancaram do inferno que o ridículo poderia me proporcionar. Mas o ridículo pra mim não seria nada, diante da sua incompreensão da situação.
Por isso corri, e se for possível corro mais riscos, por você. E, sem pensar duas vezes, correria todos os riscos de novo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

As coisas importantes acontecem em um segundo

Você me olha com olhos complacentes.
Eu, que sou tão mau, que sou corrompido e tento corromper. Que sou um tipo maledicente e cheio de preconceitos.
Queria apenas ter o que dizer num dia assim como este.
Seus olhos complacentes, doces.
O que mais eu posso querer?
Seu coração selvagem, sem dono!
É tudo que quero.
Quando penso em entrar dentro dele a minha alma treme, um frio me congela, mesmo nesse calor insuportável.
Seu coração selvagem.
Coração selvagem = amor selvagem!
Beijos descontrolados, mordidas, tudo.
Quero isso! TUDO!!!
Menos que tudo é o esquecimento, é o vazio, é nada...
Quero seu coração selvagem, seu amor selvagem.
Quero o que quis desde o primeiro momento: TUDO, SEMPRE!

domingo, 15 de novembro de 2009

Mil tsurus

domingo, 15 de novembro de 2009
20:39

Milagres não existem, eles não acontecem!
Ela sabia disso.
A vida nunca fora boa com ela, apesar de todos os seus esforços, tudo parecia ser em vão.
Não era feia, arrumava-se bem, tinha um bom repertório de assuntos, não era vulgar, conhecia muita coisa do mundo e da alma humana.
Mas tudo que ela queria era ser amada, infinitamente amada, amada como se fosse a única mulher sobre a terra.
Os anos passavam e tudo o que ela conhecia era a impossibilidade do amor, eram os desencontros e eram as pessoas fúteis e vazias.
Um dia decidira morrer, morrer de amor!
Como fez isso?
Decidiu sair pelas ruas, e fez isso.
Encontrou a sua morte: sexo sem amor e sem proteção em uma rua central, à noite, com um desconhecido qualquer, sem rosto, sem nome e sem passado.
Decidiu morrer para dar sentido à sua vida.
A incubação foi longa. Não era a gestação de um filho, era o espalhamento e a multiplicação do vírus.
Drogas pesadas, acompanhamento médico constante, dores e sonhos abortados.
Nada mais de família, nada mais de casamento ou mesmo de achar o amor de sua vida.
Renunciou à todas ilusões!
Agora ela sente a dor de respirar a cada minuto, observa a progressão da doença pelo seu corpo, tem nos médicos e enfermeiros seus amigos de longos anos.
Poderíamos dizer que ela sofre e é infeliz?
Mais infeliz que eu? Ou mais infeliz que você?
Talvez não, talvez ela só tenha feito a sua escolha, talvez só tenha feito a sua troca justa com o mundo injusto.
Um voluntário de uma ONG que sempre a visitava ensinou-a a fazer origamis, e contou a ela a lenda dos mil tsurus.
Hoje ela está concluindo o milésimo.
A cidade não para, a vida não cessa e seu amor ainda não chegou.
Do seu leito ela acompanha tudo isso, mas ainda espera por um último milagre.
Espera por aquele rapaz sem rosto definido dos seus sonhos, que ela espera desde que se entende por gente.
O milésimo tsuru está pronto, feito perfeitamente por suas mãos que continuam firmes. Ela chama a enfermeira é pede que pendure os pássaros próximo à janela, para que possa vê-los balançando ao vento, como se estivessem livres e voando.
E ela, muito cansada e já quase sem forças, ainda espera firme por seu milagre.
E é por saber que milagres nunca acontecem que ela insiste tanto em esperar por eles.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

luz

A noite ficou mais longa que o habitual.
Canais de TV fora do ar, quase todas as rádios fora do ar, as que ainda transmitiam quase não tinham programação musical, apenas notícias sobre a prévia do fim do mundo.
22h15, 10/11/2009, estava quase chegando em casa, a noite ficou muito escura, e continuou escura madrugada adentro. Sem lua, sem estrelas, nuvens pesadas aumentavam o breu.
Iluminados apenas os automóveis e algumas torres.
Não precisamos de cataclismos, de grandes terremotos ou que um meteorito gigantesco caia na Terra: a luz acaba e a humanidade regride alguns séculos.
Velas, fósforos, revirar as gavetas para encontrar um velho gameboy e jogar Tetris.
É o que sobra quando toda a nossa humanidade está resumida a um fio na tomada.
Ainda bem que não temos grandes inimigos. Acho que se vivêssemos em Israel estaríamos, depois que a luz caísse, morrendo de medo que o céu fosse iluminado pelos fogos do bombardeio noturno.
Tudo é muito frágil.
E nossa vida se resume a um fio na tomada.
Sem isso, tudo o que podemos fazer é apenas ficar de braços cruzados.

* * *

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Luna y Sol


Ainda que saiba um dia que existe a perfeição insistirei sempre nas coisas imperfeitas.
Ela assobiava uma musiquinha de comercial, parecia querer construir um mundo debaixo de seus pés, remexendo areia e pedras que faziam a sola do pé e os dedos adormecerem debaixo do sol quente.
Fricção!
Pensei, como erguemos esse mundo imaginário?
Ela parecia estar concentrada, mexendo os pés em repetidos movimentos circulares, círculos nascendo, círculos se desfazendo.
Dei minha palavra sobre como é possível construir um mundo maior que esse imaginário:
- casamos?
A resposta veio como se fosse um mundo inteiro de Lego que se desmancha em menos de um segundo, bilhões de peças caindo ao mesmo tempo, uma chuva de blocos coloridos.
A resposta veio?
Não. A resposta não veio.
Nem amanhã, nem nunca. Um sorriso, um rubor.
Um filme, um flashback do futuro imaginando todos os conhecidos na igreja, os trajes de noivos. Sim, por mais que se diga que não esses filmes se repetem na cabeça de todos, com um milhão de personagens diferentes por toda a vida, por todo o seu decorrer, até às últimas esperanças de um futuro bom.
De um futuro?
- casamos?
Talvez. Casar parece ser algo bom.
Família, amigos, finais de semana. Tédio compartilhado por dois, problemas pra dois.
Filhos, tempo que passa, contas, brigas, rugas e tempo que passa.
- casamos?
Provavelmente não. Mas pra quê respostas? Não queremos fazer chorar um ao outro!
- casamos?
Sim! A data, espero que seja num dia claro de primavera, ou em maio, que já é outono.
E ela move os pés muito rápido, tentando agora destruir o mundo certinho que estava construindo.

(11/12/08)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Angel 3:1

Às vezes me pergunto se pertenço a ela...

Angel 3:1

Acho que a única coisa útil que eu posso te dizer nesta vida é: "Nunca acredite naquilo que seus olhos vêem!"
Só acredito naquilo que eu não vejo.
Cansei de ver coisas bem caiadas por fora e podres por dentro. Cansei de ver pessoas que passam em suas vidas mãos de cal e de verniz, para que elas pareçam brilhantes e firmes. Mas é só passar um dedo e por baixo do cal e do verniz surgem as imperfeições.
Você verá pessoas, entrará em várias casas. E, cada vez que você conhecer um pouquinho melhor o mundo, você irá valorizar o mundo que é seu.
Famílias sorridentes, lares perfeitos. Debaixo dos sorrisos uma pilha de ressentimentos muito velhos, pessoas abandonadas, alguém que se tornou adicto, um reprimido, um potencial suicida, um consumista fútil e todas as sujeiras varridas pra debaixo do tapete.
Confie naquilo que seus olhos não vêem, é lá que está a verdade.
Não vou dizer: "Procure ver com os olhos do coração", isso é estúpido, coração é um músculo cheio de válvulas que trabalha incansavelmente.
Procure ver com os seus instintos, procure sentir o mundo! Esta é a verdade.
Mas este é um conselho que não se dá, é uma escolha pessoal.
Portanto, é perda de tempo eu escrever tudo isso. Mas sou estúpido e teimoso, e sinto uma enorme responsabilidade nisso tudo. Todos somos responsáveis por tudo, e todos nós somos especialistas em nos eximir de nossas responsabilidades com o mundo e com o outro.
Realmente é uma perda de tempo.
Mas perco meu tempo apenas porque vi a passionalidade nos seus olhos.
A passionalidade na nossa vida mais atrapalha do que ajuda.
Mas nunca fui racional e acho que não saberia viver assim: buscando ou fingindo racionalidade.
Eu acredito apenas no que não posso ver, sou míope para este mundo e meus olhos sempre me enganam.
Será que eu tenho mais alguma coisa pra te dizer?
Será que um dia você vai ler tudo isso que eu escrevi pra você?
Poderia dizer que não me importo com isso, mas me importo muito.
Eu confio apenas nos meus instintos, pois é tudo o que tenho e tudo o que sou.

18/01/2008

domingo, 1 de novembro de 2009

Não tão mal (ela me mata cinco vezes no mesmo dia)

Você era tão minha quando não tinha palavras, quando não trocávamos "ois" burocráticos, quando você era apenas meu amor imaginário.
Agora, o que sou pra você? O que você é pra mim? Onde vai dar essa estrada nebulosa?
Não quero que o sonho acabe assim, não quero que as coisas acabem agora, e que não deem em nada.
Sei o que quero, quero ser seu amante!


Não tão mal (ela me mata cinco vezes no mesmo dia)

"tá tudo igual! Eu, você, o cachorro que late."
Ela fala rápido, tem uma boca que não é perfeita pra beijar, que parece mais ter sido feita pra tagarelar, mas que eu ocuparia anos de minha vida beijando.
"então, você não vai?"
"já vou, já vou!"
Teve um tempo na vida que eu pensei que nunca trocaria um videogame por uma mulher, o videogame é uma mulher que a gente dá um reset quando não dá conta das coisas que ela diz ou que ela quer, e que a gente pode desligar quando começa a ficar chato, sem nenhum sentimento de culpa.
"traz pra mim aquilo que eu gosto?"
E agora, o que será que ela gosta que quer que eu traga? Nutella? Geléia de morango? Figo? Lichia?
Putz, bem que ela podia simplificar!
"trago sim. Bom, se você quiser mais alguma coisa eu posso fazer uma lista."
Tento a estratégia da lista para não perguntar diretamente aquilo que ela tanto quer, seria o fim. Talvez ela me compreenda e não tenha nenhuma pequena afetação, mas melhor evitar.
Na verdade quero sair para respirar um pouco. Quero sentir um pouco de falta dela, só entendo o gostar assim: um pouco longe, pra sentir falta e depois poder abraçar quem eu amo.
"antes de ir, vem cá um pouquinho?"
"aham, estou indo!"
"olha pra mim! Diz que volta logo!"
"claro que volto. Eu, hein!"
"é que você demorou tanto tempo, não quero que vá embora, assim, do mesmo jeito que veio. Tão de repente."
Ela fala sério, seus olhos ficam cheios de água, ela disfarça, sorri olhando pro lado.
"eu volto logo. Me abraça agora!"
Saio meio pensativo. O que aconteceria se eu sumisse. Será que ela sentiria minha falta? Será que arrumaria logo outro e diria as mesmas coisas que me diz?
Será que eu gosto mais dela do que ela imagina que gosta de mim?
Na rua há algum movimento, é um bom dia para se ficar em casa. Só sai porque estamos com poucos mantimentos.
Entro no mercado, procuro coisas, vejo rótulos, sinto cheiros de legumes e de frutas.
Fico em dúvida,escolho tudo que ela gosta ou possa gostar. Estou caminhando sem tocar o chão, tenho medo de cair, de sentir a dor da queda quando isso tudo acabar.
Volto, giro a chave na porta. Ela está lá, vestida com uma camiseta minha, que fica bem grande nela.
Não, acho que quem vive tudo isso não sou eu. Sinto que vivo num filme, representando a vida de uma outra pessoa.
Onde e quando tudo isso começou? Quando ela me encontrou e o que ela pôde ver em mim?
"poxa, você demorou. Vem cá!"
Ela sorri e me abre os braços como uma criança que quer abraçar o mundo.
Acho que agora sou feliz.
"olha, eu trouxe tudo isso pra você! Não tinha certeza do que você queria!"
"me beija!"
E todas as compras vão esperar, largadas na mesa.

SP 24/01/2008

sábado, 31 de outubro de 2009

sobrevoo (palavra estranha da língua que aceita o encontro de vogais iguais)

Existe, no espaço, corpos fantásticos conhecidos como pulsares, são estrelas que se expandem e se contraem em intervalos regulares (pulsos).
Parecem enormes corações brilhantes batendo solitários na vastidão do espaço.


Liberdade

- E agora que sou livre, o que é que vou fazer? - ela pensa.
Foi tão difícil conquistar a liberdade, foi tão difícil ter o direito de dizer o que quisesse, de escolher entre responder e ficar calada.
E agora, o que fazer?
A noção e o senso de liberdade provocavam sensações contraditórias.
Tudo muito confuso para ela.
Liberdade rima com solidão? Sabia-se livre, mas sentia-se solitária.
Mas não se importava com isso, pelo menos não muito.
Sabia que precisaria, antes de tudo, abrir os braços o mais amplo que pudesse, para poder respirar fundo e se sentir ela mesma.
Enfim, era livre!
Não carregava mais o peso de todas as gerações em suas costas, o peso do passado e das tradições, o peso das cobranças exageradas.
Era livre agora, então resolveu comemorar sua liberdade com uma garrafa de soda limonada e um copo americano num pequeno bar perdido na imensidão da cidade que não para.
Que não para para ver o sorriso de uma mulher verdadeiramente livre.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

to leave it now / pour tout quitter maintenant

Ela está indecisa sobre qual tênis calçar: o azul ou o vermelho?
Maybe now's a good time / Peut-être, est-ce le bon moment
Seu coração pende para o vermelho, coisas boas acontecem quando ela usa o vermelho.
For me to leave your life / Que je quitte ta vie
Mas parece que vai chover e ela não quer molhar o tênis que tanto gosta.
Now that you have found / Maintenant que tu as trouvé
Ela lembra-se de quando tinha um guarda-chuva vermelho, o que terá acontecido com o guarda-chuva vermelho mesmo?
What you thought you'd never find / Ce que tu pensais ne jamais pouvoir trouver

Eu não sei qual rumo tomar, acho que acabaram todas as fichas do jogador, e agora ele fica desapantado olhando os outros apostadores ao redor da mesa.
I've no sense of belonging / Je n'ai plus aucun repère
Mas, sei que um dia, o jogador foi dominado pelo jogo, que o caçador caiu na armadilha da caça.
When it comes to your world now / Dans ton monde d'aujourd'hui
Agora procuro desculpas para dar a mim mesmo por não ter sido bom o suficiente para você.
I feel I'd be no trouble / Je crois que tu n'aurais aucun probléme
Você me deu toda a gentil compreensão que eu pensei que nunca chegaria, e eu penso agora em qual caminho seguir.
For you to live without / A vivre sans moi

Ela veste sua calça jeans velha e justa, e se pergunta se algum dia ele a abandonaria.
Would it really be such a loss for you/Serait-ce une grande perte pour toi
Se ele seria apenas mais um mentiroso, como todos os outros, que novamente fugiria no meio da noite.
If we could agree to leave it now?/Si nous nous mettions d'accord pour tout quitter maintenant?

Passei tanto tempo procurando e esperando por você.
You say that I'm your best friend / Tu dis que je suis ton meilleur ami
Imaginei dias muito difíceis e noites em que eu me odiaria por cada segundo que eu pensei em você.
But you really know who is / Mais, au fond de toi, tu connais la vérité
Mas você atendeu todas as minhas expectativas e excedeu todas elas.
I'm just an ex-boyfriend / Je ne suis qu'un ancient amant
E agora, tudo o que quero é poder estar junto com você.
You must think of less and less / Auquel tu dois penser de moins en moins

Ela se pergunta como alguém pode amar outra pessoa assim, como ele a ama.
I don't know if I know what I'm doing / Je ne sais pas si je sais ce que je fait
Tudo parece um sonho tão louco, mas tudo se encaixa de uma forma perfeita.
I just know how I feel / Je sais seulement ce que je ressens
Ela gosta de ver o tênis vermelho em seus pés, dá uma sensação incrível de liberdade.
I know that you don't mean to / Je sais que tu ne le fais pas exprés
Ela se pergunta se tudo isso valerá a pena, mesmo que seja por alguns segundos.
But you can get me down still / Mais parfois tu peux me rendre triste

Eu penso em você, em seus beijos e todos os sussurros que possa ouvir.
Would it really be such a loss for you/Serait-ce une grande perte pour toi
Ela olha pro céu, procurando onde estão as nuvens cinzas e pensa se deve entregar-se a ele, mesmo que por alguns segundos.
If we could agree to leave it now?/Si nous nous mettions d'accord pout tour quitter maintenant?

(Meus pensamentos - lyrics by TBS)

domingo, 25 de outubro de 2009

Doppelgänger

Tudo, exatamente tudo, é como se fosse um grande móbile, feito pela mais engenhosa criança. Eu, você, tudo e todos somos pequenas pecinhas de móbile gigantesco, infinito. Não existem peças inúteis, o menor dos insetos ou a maior das galáxias fazem parte desse grande móbile. E nós giramos e damos voltas, e somos ora uma coisa, ora outra coisa. Fico feliz da pequena peça que sou eu ter encontrado a peça que é você. E sigo girando...



Doppelgänger


- Vamos, escove os dentes rápido! Temos que partir!
Eu estava com um sono terrível, mal conseguia abrir os olhos e era um sacrifício esfregar os dentes com a escova.
- Temos que ir mesmo?
Já não aguentava mais tantas partidas, já não aguentava mais a vida de cidade em cidade, de estação em estação. Queria uma casa pequena, com um muro baixo e uma janela que desse para o Sol da manhã, para acordar com os raios de Sol no meu rosto.
- Sim, temos que ir! Senão, como é que você irá encontrá-la um dia?
Disseram que eu faço parte de uma história sem fim, que nunca se acaba. Disseram que eu tenho que encontrar uma outra pessoa como eu, para que essa história continue se repetindo, sempre e sempre, até o dia em que os homens não mais caminhem sobre a terra, até o dia em que a divindade purifique o mundo com água e fogo.
Não acredito muito nas histórias dos antigos.
Mas acredito mais nas histórias dos antigos do que na verdade que eles nos contam pela televisão.
- E nesse lugar, onde eu vou encontrar meu outro eu, como é esse lugar?
- Logo você saberá!
A estação de trem nos aguarda, o Sol arde mas o dia é nebuloso, uma névoa sem fim.
A viagem de trem parece interminável, a neblina esconde e mostra a paisagem aos poucos: árvores, cavalos, pessoas, vacas, casas, trabalho, pássaros voando, brincadeiras, plantações, luzes de festas, mato molhado pelo orvalho.
- Chegamos, logo você irá conhecer o lugar!
Parece um castelo, homens apressados correm para lá e para cá, ela fala algumas coisas com um deles, que vem me acompanhar, ela se despede de mim, me dá um beijo e me entrega a minha pequena maleta.
O homem me pega gentilmente pela mão e me leva para o interior do castelo.
- É aqui - diz ele - que todos como você encontram o seu outro eu.
Fiquei pensando como seria o meu outro eu: angelical, diabólico, ruivo, negro, cabelos compridos ou muito curtos, mora do outro lado do espelho, é gente, só eu o verei ou será que todos os verão?
- Seu outro eu - continuou ele - é ela. Tome cuidado com ela, ela é arredia, é firme nas suas decisões, pode derrubar um menino fraquinho assim como você com apenas um soco ou com algumas palavras. Mas ela é tão linda e tão gentil, que toda a bravura existente no coração dela não é mais que o carinho de alguém que acumulou todos os amores não vividos ao longo dos séculos. Nunca, eu disse nunca(!), a magoe, pois ela é a preferida de todos os deuses do céu. Ela sofreu para que todos sentissem um pouco menos de dor nesse mundo. Bem, meu jovenzinho, eu fico por aqui. Boa sorte!
E assim começou a minha busca insana, incansável, pelo meu outro eu, em todos os cômodos do castelo, em todas as horas do dia e em todas as janelas e espelhos.
Sei como a encontrarei, sei quando a encontrarei.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O colapso de uma estrela não dura mais que um segundo.
Milhões ou mesmo bilhões de anos terminam em um colapso rápido como um piscar de olhos, e das estrelas, as que morreram, saiu o carbono que nos forma e o oxigênio que respiramos, e o sol da manhã sustenta a nossa vida.


Terça-feira, Maio 29, 2007
A única tautologia possível

Na rua uma moça loira acende um cigarro

Ao mesmo tempo um jovem negro procura alguma coisa nos bolsos

Um homem pára e lê os cartazes de um cinema

Um casal caminha abraçado

Enquanto isso a única tautologia possível dá infinitas voltas na minha cabeça

Em algum um rapaz chateado vai dormir

E num outro lugar outro rapaz está em horário de trabalho

Em Michigan um pintor brinca com seu filho (sua obra mais valiosa)

Em Recife alguém está atravessando as pontes calmamente

E a única tautologia possível dorme e tem sonhos indecifráveis

No engarrafamento alguém ouve música tranqüila e chora

No metrô lotado uma garota lê um livro de poesias

No meio da chuva um jovem solitário caminha

Um cão procura sua comida vagando pelas ruas

A única tautologia possível não gosta de ver seu rosto quando acorda

Duas crianças brincam olhando o mundo pela janela

Um grupo de jovens volta da escola fazendo muito barulho

Uma menina espera sua carona que está atrasada

Duas mulheres bem velhinhas caminham com os braços dados

A única tautologia possível não sente fome, mas deseja comer

Eu me sento e me levanto várias vezes

Caminho pra lá e pra cá em busca de uma idéia

Converso com uma colombiana sobre seu país

Escrevo um livro, escrevo um trabalho e olho pro céu

A única tautologia possível é um nome que se repete

A única tautologia possível

Possível, impossível é não dizer:

EU TE AMO QUER DIZER EU TE AMO.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Onde tudo começa (born from a wish)


Quarta-feira, Fevereiro 14, 2007

Vendo os seus olhos, o que mais interessa?

No momento não tenho maior ambição do que te mostrar que sou alguém que pode te valorizar tanto quanto você mereça e que nós dois possamos fazer juntos tudo o que vier na cabeça, sendo amigos, sinceros e responsáveis.
Não consigo descrever direito o que imaginei quando vi seus olhos pela primeira vez, mas percebi que eles ao cruzarem com os meus poderiam ser atrair outra e outra vez. Mas deixei tudo de lado, devido as diferenças existentes que eu pensei que fossem grandes demais pra você.
Me enganei, quem era grande era você, que me mostrou de um jeito gentil que tem uma forma muito doce e particular de ver, de viver e de sentir o mundo.
Agora bate uma vontade impossível de controlar, vontade boa de sentir todos os seus cheiros, pra poder te imaginar de uma forma mais completa.
Maior vontade ainda bate de sentir todos os seus gostos: os doces, o salgado e até mesmo os amargos.
Do beijo doce carregado de felicidade, do beijo salgado misturado com suor e às vezes até com lágrimas, e do beijo amargo: aquele que vem pra consolar a gente das injustiças do mundo, e pra saber que tem sempre alguém presente, esperando da gente até mesmo um beijo amargo, dado com os lábios tremulos e que pedem carinho e meiguice.
Impossível não pensar todas essas coisas, desse pouco tempo que nos conhecemos (e que todos os dias trás uma boa novidade).
Impossível não pensar em todas as músicas boas quando vejo alguma imagem sua, impossível não vir à mente uma imagem sua quando se ouve uma música boa.
Se você vier, tenho certeza que virá sem medo, virá pra que eu possa dividir contigo o que guardei sempre com o maior cuidado.

sábado, 17 de outubro de 2009

Abc

Quarta-feira, Agosto 20, 2008

Hoje eu vou te falar sobre cheiros

Vou te apresentar todos os meus cheiros, dos mais evidentes até os mais secretos. Quero que você os conheça, que se familiarize com eles.

Meu cheiro principal é o de uma mistura de diesel e gasolina, cheiro da hora do rush na nossa cidade, fuligem, fumaça, misturado com a pressa de chegar em casa para me sentir completamente só no meu cantinho.

O cheiro desta cidade é muito marcante e sei que ele também impregna suas narinas, todos os dias.

Os outros cheiros são do meu ambiente, um pouco de madeira e capim da casa ao lado, que atraem passarinhos que me acordam com uma terrível algazarra todos os dias.

Meu cheiro também contém o cheiro de minhas roupas de cama, lavadas de forma cuidadosa e que secam pacientemente no sol, um cheiro que para mim é melhor do que o das roupas secas na sombra.

Todas as minhas roupas idem, cheiram assim.

Talvez, um dia você sinta o cheiro das minhas mãos suadas e o identifique com qualquer outra coisa, não sei, com qualquer coisa que habite sua memória olfativa.

Agora, o cheiro que eu guardo como despedida e esquecimento é o cheiro de Dolce & Gabbana, cheiro com recortes de memória, saguão de aeroporto, táxi, Aterro do Flamengo, Corcovado; cheiro de despedida, olhares de ódio (que vieram um pouco antes dos olhares de indiferença), nós dois – eu e ela de preto, dia muito frio, 15 metros de distância entre nós. Cheiro de fria despedida, Dolce & Gabbana, raras vezes o abro.

A lembrança da despedida fica cada vez mais apagada na memória, o perfume fica cada vez mais viscoso quando eu borrifo uma gota para senti-lo escorrer entre meus dedos.

Cheiros insuportáveis? Os de porões, os de lugares com pouca ventilação, os de cubículos habitados por fumantes, atmosferas insuportáveis para mim.

De algumas mulheres guardo a lembrança de seus cheiros, de sua oferta, de sua entrega. Mas não quis grudar no cheiro de nenhuma delas (talvez de uma ou outra, talvez).

Você e seu cheiro.

Não vou dizer que lembro bem de seu cheiro, estaria mentindo. Foram tão poucas as vezes que pude ter você muito junto de mim, não deu pra guardá-lo.

Mas, o que segurou essa memória foi sentir seu brinco de argola roçando em meu nariz e nos meus lábios, foi, também, junto com seu cheiro vir os seus braços e seus peitos. Tudo assim: sem medo, querendo acreditar na mesma verdade que seus olhos buscavam.

Foi nesse momento que percebi o todo e que quis esse todo pra mim.

Mas, será que esses braços e esses peitos estão prontos? Não sei, essa é uma das dúvidas que mais me atormentam.

E os seus cheiros?

Eu queria sentir aquele cheiro de saliva. Por todos os lugares que ele pudesse escorrer e percorrer.

Mas aí o cheiro e o gosto de misturam e passam a ser uma coisa só: suor, saliva, perfume, roupas, roupas de cama, anis, maçã, menta, canela. Tudo uma só e a mesma coisa ao mesmo tempo.

Por isso gostaria que esses braços e esses peitos estivessem prontos para mim, pois sei (e sei com certeza!) que eles viriam para explorar todos os gostos, cheiros e possibilidades.

Fica pronta logo pra mim (ou peça pra eu te esquecer de uma vez!)

Sun tears

Segunda-feira, Julho 16, 2007

sun tears

Ora, o que nasce fica vivo em algum lugar: naquele lugar, num outro lugar ou num lugar qualquer, tanto faz.

O que nasce, continua vivo. Mesmo que esquecido num canto.

Ela fazia click com a caneta, seus olhos impacientes e grandes transpareciam uma doçura que contrastava com sua pressa em ver as coisas resolvidas.

Não queria escrever, não tenho coisas para escrever.

Ela mexia com o cabelo de um jeito bonito, aquele jeito que as menininhas mexem quando assistem programa de misses. Como Miss Sarajevo ou Miss Sunshine, ela me faz minha vida parecer videoclip, ser colorida e não preto e branco.

Hoje o sol não brilhou, e eu não consegui montar nenhum gráfico também. Apenas joguei dados estatísticos numa tabela chata de fazer.

Na televisão, a menina da ginástica sente a pressão, se desconcentra e perde o pódio certo. Nada é garantido nessa vida!

Não sirvo pra escrever uma linha, não sou bom nisso. Mas escrevo, escrevo e escrevo.

Ela me pergunta de quê eu estou rindo, o que me faz feliz.

Eu respondo, com um sorriso maior ainda:

"Das voltas que o mundo dá!"

O que nasceu continua vivo, em qualquer canto.

Queria escrever a mesma coisa todos os dias, e todos dias ver nessa mesma coisa escrita um significado diferente.

Ela coça a cabeça e ri incrédula.

Eu olho praqueles dois olhos e me desmancho todo.

E o mundo inteiro é menos importante que aquele olhar.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008


Mario e Giuli


Eles se encontraram na vida de forma interessante. Falaram sem se olhar.
Depois foram se apresentando, foram se conhecendo, foram se interessando.
Demorou algum tempo para que pudessem se tocar, nenhum tinha coragem de tocar o outro, ambos renunciavam às ilusões.
Os dois insistiam em, no momento em que chegavam em casa, olhar insistentemente para o espelho, procurando rugas, espinhas e alguns outros defeitos. Procuravam qualquer coisa, qualquer sinal evidente que os fizessem parecer ridículos e que dessem a eles os motivos necessários para assassinarem a paixão que queria nascer.
Mas não tinha jeito: cada vez que eles se viam a vontade de estar mais e mais próximos era incontrolável. Os dois se sentiam como dois idiotas quando um estava diante do outro, só sabiam rir, só sabiam soltar frases muito tolas e alegres.
Cada um se sentia a pessoa mais idiota do mundo, era como se o fingimento praticado tantas vezes na vida não funcionasse para eles dois, e olhe que os dois já eram pessoas razoavelmente experientes. Mas os dois queriam muito sempre estar perto um do outro, sempre se sentirem idiotas e sem palavras um do lado do outro.
E eles sabiam, e lidavam com isso da forma mais honesta possível, que um dia um não daria mais motivos para o outro rir, que os pequenos defeitos se tornariam insuportáveis com o tempo, que um trairia o outro e não teria coragem pra confessar.
E eles sempre falavam sobre isso, sobre o dia do desencontro, quando cada qual iria para um lado, faziam conjecturas: com traição, sem traição, com um outro parceiro, sozinho, com dramalhão, com brigas e baixarias para a delícia da vizinhança faminta de escândalos.
E no final os dois se abraçavam, com muita força.
Pacientemente esperavam pelo fim, pelo fim de algo que já nasce pra morrer, como se tivesse uma data de validade marcada em algum canto impossível de se ler.
Será que tudo se acaba amanhã? Daqui a um ano? Quando estivermos velhos ou quando morrermos?
Eles apenas se abraçam, sabem que tudo terá um fim um dia. Mas pouco se importam com isso.
Parece que a vida acertou ao juntá-los.

domingo, 11 de outubro de 2009

(em busca de...)

Postagem original: Segunda-feira, 8 de Setembro de 2008

(em busca de...)
Ela oferece um espetáculo verborrágico, fala sobre tudo de uma forma tão atrapalhada, como se fosse uma avalanche.
Eu faço a arqueologia de suas palavras, entre os escombros e entulhos de suas idéias brutas eu tento encontrar os vestígios daquilo que se esconde debaixo de sua fala.
Ela me atormenta, penso nela ao longo de todas as horas do dia.
Eu a vejo de forma bissexta, e toda vez que a vejo eu faço o mesmo ritual: baixo a cabeça para que ela não leia a verdade em meus olhos, e sempre perco o momento de finalizar a farsa.
Estranho, quando ela se aproxima tudo que eu desejo é que ela mantenha uma distância segura de mim. Uma distância que me mantenha seguro dela.

A vida é uma bobagem necessária. Uma tremenda bobagem.
Poderia dispender todo meu tempo apenas observando a vida através de uma janela.
Enquanto isso, em algum outro lugar, ela sonha com um beijo de cinema.
Seria meu esse beijo cinematográfico? Sim, seria eu!

Ela solta palavras, num belo espetáculo verborrágico, mas, de repente, suas palavras se estacam e ela emudece. Grandes olhos mudos e arregalados. Toda a avalanche de palavras bloqueadas.
Eu apenas peço: Por favor, continue!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Tudo o que é meu (Sun tear)

Eu conversei um dia com ele sobre o que seria mais egoísta, sobre o que parecia ser mais egoísta.
Ele me disse, o que parece ser o mais altruísta, no fundo é o mais egoísta. Nós somos apenas um breve instante no tempo.
Eu achava que as melhores lembranças foram as que nunca existiram, aquelas que criamos dentro de nós, que são sempre lindas e sem dias tristes, sem sofrimentos, sem problemas e sem conflitos. São boas lembranças estáticas.
Ele me falou sobre o egoísmo dessas lembranças estáticas criadas pela fantasia. Que bonito é ouvir a pessoa gritando com você para te despertar pra vida, é ver ela falando com você de forma áspera quando quer um pouco de atenção e ver as expressões que ela faz quando sente dor e não quer que você perceba, pois não quer te preocupar.
E eu percebi o quanto era egoísta, aprisionando minhas emoções dentro de um vidro, preservando-as estáticas e inexistentes, esperando o momento de vivê-las nos meus melhores sonhos.
Ele me disse que ama sofrer, pois quando seu amor é retribuído ele sente que é como que o céu se abrisse para um pequeno raio de sol, que ultrapassa as nuvens negras da tempestade que nunca passa.
E eu agora, assim como ele, sigo em frente, tentando rasgar o céu de nuvens escuras em busca de um único raio de sol.

domingo, 27 de setembro de 2009

Período de Saros

Nasci numa noite de eclipse, sob a Lua cor de sangue dos assassinos e vampiros.
Cresci uma criança avessa ao mundo, demônio tinhoso que olhava as pessoas por baixo, coração obscuro, criança malvada e perversa.
Mesmo assim eu me lembro que houve um simpático casal de velhos que me amou de verdade, e eu os chamava de pai e mãe. Mas os dias felizes duraram bem pouco!
O mal veio me buscar pelo braço, e a criança feliz, que imaginava ser igual a todas as outras finalmente, foi arrastada de volta às trevas e ao inferno.
E mais uma vez meus olhos se tornaram malignos, e mais uma vez eu buscava abrigo na escuridão da noite.
O eclipse voltaria a acontecer, enquanto esperava por ele eu era o mais estranho da escola, o que não era par para as danças e o que era o último a ser chamado para a formação dos times.
Mas isso pouco importava, eu esperava o eclipse.
18 anos e 11 dias, novo eclipse, eclipse da entrada no mundo adulto.
Meus cabelos eram compridos, eu vagava pelas noites.
O eclipse me tomou em cheio, ele tomou o primeiro terço de minha vida. Minha primeira morte, morri de amor, percebi o quanto é ruim morrer de amor.
Eu amava a chuva, gostava da roupa molhada pesando e colando no meu corpo, gostava da água fria que escorria dos meus cabelos até chegar aos meus lábios.
E eu esperava o meu demônio particular.
O segundo eclipse está prestes a acontecer, 36 anos e 22 dias, falta muito pouco. Perderei o segundo terço de minha vida.
Enquanto isso procuro o meu demônio particular, ou o meu anjo redentor.
Será que um dia a encontrarei?
Ainda resta tempo. O ciclo se encerra em 54 anos e 1 mês.
Aí eu serei realmente livre, minha alma voltará a fazer parte novamente da Lua cor de sangue.
Eu e meu adorável demônio, nós dois caminharemos, livres, até o local marcado para o eclipse.
E o ciclo se fecha...
... Só para recomeçar novamente...
Sem fim!

sábado, 26 de setembro de 2009

tudo que é humano me é estranho

"Eu sou homem e nada do que é humano me é estranho". (Terêncio)

É difícil amar alguém nos dias de epidemias em que nós vivemos.
Uma gripe muito forte, medo! Medo da morte.
E ainda assim insistimos.
Meu amor está distante de mim. Neste exato momento ela deve estar fazendo compras em Shibuya, caminhando próximo a Westminster ou olhando os letreiros luminosos da Times Square.
Ou ela pode estar a um raio de 15km de distância.
Em meio aos milhares de pessoas gripadas que tossem e espirram espalhando o vírus pelas ruas, pelas estações de metrô e dentro dos ônibus da cidade.
Ela pode estar andando numa rua tranquila, ou ela pode estar deitada, olhando para o teto e fazendo tramas e imaginando possibilidades.
Ar poluído, pensamentos claros e límpidos.
Meu amor caminha pelas ruas.
O paraíso e o inferno são aqui.
Com pessoas temerosas a qualquer espirro, que não terão a mínima vergonha de se afastar dos outros.
O paraíso e o inferno são aqui, com o chão coberto de flores e folhas, de lixo e de bitucas de cigarro.
O paraíso e o inferno são aqui, a todo tempo que você está ou não está, que chega ou que sai.
O paraíso e o inferno são aqui.
Meu amor caminha pelas ruas, passos firmes e rápidos e olhos perdidos na imensidão, como se a todo instante procurasse uma coisa incomum.
Meu amor...
Há amor?
Há A...
Mor!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ferne

São Paulo, dia frio de primavera. Revendo velhos escritos.

Angel 1:1
Talvez você não saiba ou não faça a mínima idéia de como ou por que eu me apaixonei por você.
Se você soubesse o quanto a minha vida é errada desde o começo me entenderia, saberia porque eu procuro alguém minimamente humano.
Quando nossa vida é errada desde o começo talvez seja uma batalha inútil tentar consertá-la, mas é uma batalha que a gente assume sabendo que muita gente aposta no nosso fracasso. E o pior é quando algumas dessas pessoas fazem a diferença para nós.
Me apaixonei não por uma figura idealizada de alguém, ao contrário me apaixonei por uma pessoa que eu imagino que erre e acerte.
Não quero ter alguém apenas para ter motivos para me orgulhar, para esfregar na cara dos outros como um troféu da minha capacidade de ser atraente e bom conquistador.
Não mesmo! Quero alguém que também me dê motivos para eu corar, para eu me envergonhar e que eu também possa envergonhar de vez em quando.
Quero apenas alguém humano.
E cada vez que você me envergonhar eu vou te amar cada vez mais, eu não vou fazer com quem ninguém perceba que eu estou envergonhado e te defenderei até o fim.
Apenas quero, depois, poder olhar nos seus olhos e esquecer do medo, da vergonha e da censura daqueles que não têm nada mais à fazer do que reprovar a conduta dos outros.
Sei que um dia você me entenderá, talvez esse dia ainda esteja muito distante, mas trabalho por ele, para que ele chegue.
Talvez não exista coisa melhor do que abraçar aquela pessoa que nos embaraça e nos envergonha: trocando nomes, exagerando nos fatos ou reproduzindo besteiras sem muito fundamento.
Quem sabe, em breve, não riremos de tudo isso, abraçados e bem juntos um sentindo a respiração e o coração do outro bater.

domingo, 20 de setembro de 2009

a hora final

Eu te conheço desde sempre, antes mesmo que os seus olhos se abrissem pela primeira vez.
E sempre desejei, desde o ínicio que fosse você.
Suas mãos sempre foram tão firmes e seguras e o seu olhar sempre foi tão fixo.
Temia que um dia você não tivesse coragem para isso, mas apostei tudo que você seria capaz.
Desde que te vi pela primeira vez o cronômetro da minha vida começou a girar e contar o tempo, de uma forma lenta e alucinantemente veloz.
Minha vida sempre foi a não-vida, caminhando entre solos pedregosos e paisagens áridas.
Sob o brilho da Lua eu permito que o animal que vive em mim saia para passear, para satisfazer todos os seus piores instintos.
Por isso eu sempre quis que fosse você!
É uma tarefa dura demais tentar ensinar a você todas as técnicas aprendidas durante tantas décadas.
Não é fácil tornar-se duro como pedra e frio como o gelo. Mas, no meu caso, isso sempre foi muito necessário.
Vivo pela hora final, pelo momento final.
Lembra-se da praça de touros?
Touro e toureiro são amantes furiosos, um sabe que terá que destruir o outro. Eles dançam de forma furiosa: capa, espadas e punhal contra a força bruta.
O toureiro é impassível e de gestos suaves, ele exerce sua arte para encantar a arena muda, e fazer de um ato de crueldade um espetáculo.
Quero fazer de você um toureiro, capaz de frear a minha força bruta.
Mãos suaves segurando o punhal firmemente, mãos suaves e capazes de cravar o punhal de forma certeira no peito do amante furioso.
Olhos doces e fixos, tremulando com lágrimas que nunca sairão.
Serei grato por esse momento quanto ele chegar.
Decidi, desde o primeiro momento, desde que vi você segurando o peito de sua mãe pela primeira vez que queria morrer pelas suas mãos.
Agora apenas espero para que você realize o meu momento final.
Liberte-me, pois apenas à você que eu dei este poder.
Utilize-o bem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Gomen

Quando algumas pessoas não te tratam com respeito durante toda a vida, as outras pessoas que sempre estiveram ao lado e foram coniventes com esse desprezo criticam você por sua insociabilidade.
Minhas mágoas são tantas, sinto falta do tempo em que perdoava e esquecia, mas as seguidas demonstrações de desprezo aumentaram as possibilidades: perdoar e não esquecer, não perdoar e esquecer, ou não perdoar e nem esquecer. Sinto falta do tempo em que desejava ser apenas notado por algo que tivesse bom e que despertasse a benevolência de quem me desprezava.
Hoje eu sou só indiferente.

* * *

Ela me acorda chamando o meu nome bem baixinho no meu ouvido, sua mão pesa suavemente sobre o meu ombro e sua voz e seus cabelos fazem cócegas em mim.
Pensei, por um momento, que tinha dormido sozinho. No meio da noite acordei desejando a sua presença. Que alívio ouvir sua voz.
Ela chama meu nome suavemente, repete a mesma sílaba com várias modificações, ora mais baixo, ora mais alto, ora com risinhos.
Eu olho pra ela, incrédulo, dividando realmente que ela esteja aqui.
Noite longa, havia dormido sobre uma pilha de papéis e livros, nem me lembro como cheguei até a cama.
Eu olho pra ela, ela me abraça e silencia. Sinto lágrimas quente molharem a minha blusa, me viro rapidamente para beijar seu rosto e sentir o gosto quente das lágrimas que rolam de seus olhos escondidos debaixo dos cabelos.
- Que foi, porquê chora?
- Queria tanto estar aqui, agora, com você. Até quando você vai esperar por mim?
- Mas que bobagem é essa, é claro que você está... aqui...
Reviro-me na cama, desperto ofegante.
Pensei que estava com ela, senti perfeitamente a sua voz, o seu cheiro, os seus cabelos, seu corpo pesava sobre o meu.
Reconheço este quarto, sim é o meu quarto! Não é mais aquele quarto do sonho.
Queria tanto ouvir sua voz pela manhã.
Olho para a pilha de papéis e livros, tenho tanto o que fazer, mas não tenho ânimo nenhum. Queria ouvir sua voz dizendo faça isso, faça aquilo ou mesmo me repreendendo.
Não quero me levantar até o dia em que você voltar.
"Eu é que queria estar agora com você, eu esperarei por você o quanto for preciso!"
Queria que você entrasse agora por aquela porta.
Vejo nitidamente sua imagem vindo para perto da minha cama, mais bela do que nunca.
Acordo novamente, meu rosto está dolorido e marcado pelas duras capas dos livros, até babei um pouco sobre alguns papéis, minhas costas doem, preciso ir para a minha cama.
Olho para o relógio, já é quase de manhã.
Penso nesses sonhos.
Queria realmente que você estivesse aqui.
Vou deitar.
Sua voz pergunta baixinho em meu ouvido:
- Até quando você vai esperar por mim?
- Eu esperarei o tempo que for necessário, o tempo que for preciso!
E o sono me leva pra um mundo onde eu posso estar mais próximo de você.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Shiranai

Um homem, certa vez, disse que todos nós, cada um de nós, encerramos em nossa célula primordial , todas as possibilidades da vida, todos nós podemos ser tudo, podemos ser qualquer um, mas não deixamos de ser nós mesmos, cada um um indivíduo, sempre, podendo fazer todas as escolhas: as boas e as más.
Esse homem disse também que existem infinitos mundos possíveis, onde tudo pode ser real, todos os encontros, todos os acontecimentos, tudo.
Mas apesar dos mundos possíveis serem infinitos eles são apenas possíveis, o mundo melhor, o mais perfeito é o nosso por ser real.



Vivo esperando por um milagre, por um único milagre.
E é por que milagres não acontecem que eu acredito neles.

domingo, 6 de setembro de 2009

Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2009

Deuses invejam mortais

Nos olhos ela guarda perplexa a lembrança de um dia como aquele.
Linda como uma deusa.
O sol brilha muito na Cidade do Leste, não a cidade do leste (aquela do Paraguai), mas a Cidade do Leste.
Aquela Cidade do Leste onde as montanhas se jogam nas praias, se afogam e deixam picos esverdeados desafiando a paisagem.
Ela se permitiu sonhar, ir além.
Mas os fantasmas perseguiam seus passos, fantasmas nunca morrem!
O vento era frio, num dia de sol acanhado.
Ela não ousou ler o jornal, ela não ousou passar os olhos no horóscopo do dia.
Sabia que tudo passaria.
Humilhação, riqueza, fome, alegrias.
Sua felicidade era estar sentada lá, naquele seu lugar preferido na Cidade do Leste. Olhando o céu, procurando raios de sol que brincam entre brechas de nuvens, sentindo o vento.
Sonhos?
Claro, todos! Guardados bem no fundo do seu peito.
Saudades dela!
Linda e altiva.
Como uma deusa!
Indestrutível.
Impassível.
Triste e sorridente.
Ela nunca volta, ela não precisa voltar.
Porque ela sempre está aqui!

domingo, 30 de agosto de 2009

Prosseguindo o raciocínio anterior, para não perder muita coisa, VIVER é ACEITAR as pessõas como elas são.
É difícil num mundo regido pela norma homogeneizante a pessoa realmente SER e deixar as outras SEREM. Gastamos mais tempo criticando e fazendo perguntas inúteis, ao invés de ajudar a pessoa criticada a encontrar as respostas.
Todos querem ser bonitinhos, legais e populares. Os chatos, os silenciosos e os que verdadeiramente VIVEM à sua maneira são marginalizados.
Por essa ótica até se torna fácil entender porque as pessoas criam personagens para viverem num mundo alternativo, onde as feridas possam ser curadas com ao menos um pouco de alegria.
Se a realidade não é tão boa assim, e se torna-se a cada dia mais esvaziada de significado, porque não criar seu próprio personagem e viver alguns momentos na pele dele?
Essa magia termina, ou diminui muito, com o tempo que passa.
Portanto, não tenha nenhuma vergonha de viver seu personagem secreto de vez em quando.
Ainda estou com a cabeça fervilhando, tentando digerir as quase oito horas de série que assisti e que me deixou maravilhado.
Talvez a grande lição contida nela seja:
o importante não é COMPREENDER, pois a compreensão vem com o tempo, ENTENDER é um passo gigante, mas entende-se melhor com o coração do que com as respostas parciais dadas pelas pessoas e, o mais nobre de tudo, ACEITAR! Aceitar uma amizade, aceitar o amor, aceitar as pessoas como elas são.
Apenas seguindo esse caminho, na ordem inversa ou em qualquer ordem, somos aptos a consertar nossas vidas, e só consertamos nossas vidas atuando na vida de outras pessoas.
Acho que acabaram todas as palavras possíveis!

sábado, 29 de agosto de 2009

SP, 29 para 30/08/2009 início do texto 23h50m

"Num mundo de alienados as pessoas mais alienadas são as boas."

Hoje ocupei praticamente todo o meu dia assistindo uam maravilhosa estória e tive uma constatação: uma boa estória precisa se basear em uma tese, o autor deve defender uma tese como se fosse a sua verdade última.
Pode ser que por isso é que vivemos cercados de tanta mediocridade: tudo é feito para agradar o gosto do freguês!
Um passatempo, um lazer sem contrariedades, o espectador/leitor não é convidado para pensar, não é levado a um desconforto/mal-estar.
Tudo ao gosto do freguês! Teme-se enfiar o dedo nas feridas de uma civilização que caminha vazia, narcisista e fútil. Que não é convidada a pensar, mas sim a se entreter com imagens agradáveis.
Nesse mundo bonitinho, mas ordinário, todos desejam ser engraçadinhos, todos pretendem contar a última piada, todos querem agradar com um cinismo barato e uma falsa sagacidade.
Mas ainda há esperança. Ainda há ventos vindo da Ásia e de vários outros lugares que não a velha América carcomida pelos tecnocratas, que apenas reproduzem velhas fórmulas batidas de uma arte que já morreu (por ter sido institucionalizada).
Ainda estou em extâse, pois não esperava, a essas alturas do campeonato, ter uma lição de COMO fazer uma estória. Linda, cativante, comovente e que se fecha em todos os detalhes.
Eu ainda tenho muito o que aprender.
E, todos nós também! Lembre-se que, se ao sair do cinema/teatro/espetáculo você for o mesmo/mesma que entrou, apenas satisfeita com o medíocre ENTRETENIMENTO oferecido, você gastou dinheiro a toa, isto é, se você não for medíocre, pois nesse caso está tudo em casa!
Queira, deseje, sair contrariado, fustigado, pensativo. Queira viver uma experiência transformadora.
Toda a arte tem que carregar com sigo algo de libertador/transformador. Toda a arte DEVE defender uma TESE, SIM! Sem se preocupar apenas com a margem de lucro dos investidores/patrocinadores.
Há, ainda, vida inteligente sobre a Terra.
Um viva a isso!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

São Paulo 26/08/09
Queria escrever uma história perfeita, mas a história não sai!
Não sai porque na minha vida tudo é mais confuso que a ficção. Não sei se sou eu que complico demais ou se o mundo que é incompreensível demais pra mim!
Incrível como tudo se repete de novo de novo e de novo! Só falta tudo ser uma ficção enorme da minha cabeça. Não, não pode ser só ficção!
Refrão de música: But if you'll wait around a while, I'll make you fall for me, I promise, I promise you I will.



"Gostaria muito de escrever uma última estória melancólica. Apenas uma última. Mas não consigo.
Sinto-me, por um motivo qualquer, inexplicavelmente tão forte e tão seguro que não há espaço nesse momento da minha vida para a melancolia.
Apesar de o mundo ser um lugar tão complicado de lidar eu me sinto, de alguma forma, totalmente acima das coisas que me deixam triste.
Bem, Mal? Sinto-me alheio a essas coisas pequenas.
Qualquer verdade absoluta, por mais irremediavelmente aceita que seja, não basta pra dar conta de meus sentimentos, não são capazes de fazer eu abandonar as minhas certezas e a minha paixão.
Sei que é absurdo, mas tenho um único desejo no momento:
Gostaria que toda essa força e segurança que eu estou sentindo chegasse, de algum jeito, até você. Queria que nesses últimos dias você estivesse I-N-S-U-P-O-R-T-A-V-E-L-M-E-N-T-E(!) feliz e segura de si, cheia de si. E enchendo todos com a sua confiança.
Sei que esse não é o mundo das fantasias, onde os desejos se realizam. Sei que esse é o nosso mundinho triste e feio, mas me permito sonhar.
Sorria, hoje quero que o seu sorriso seja percebido pelo mundo.

PS: mate de inveja quem não sabe ou não tem motivos pra sorrir. Hoje eu me permito dizer que esse mundinho triste e feio é só seu".

(14/08/08)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Terceira Lei de Newton

A toda ação há sempre oposta uma reação igual ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas.

(... Essa Lei também ocorre em atrações, como será provado)


Toda vez que te abraço o tempo para, são os segundos mais longos da minha vida, são os segundos que eu quero que nunca acabem.
Tudo vêm junto e de uma forma mágica: perfume, cabelos, pele lisa, orelhas e brincos; braços, pescoço e peitos.
Meu corpo sente tudo muito rápido, capta tudo e processa tudo por muito tempo. Para compensar todo o tempo de longa ausência.
É uma das mais fortes e perfeitas atrações que eu senti na vida.
Não é uma atração por partes, é uma atração pelo TODO.
Mas eu faço uma órbita tão longa pra me colocar diante de ti. Uma órbita que me coloca tão distante de meu Sol.
E nesse nosso calendário sem lógica nenhuma eu vou fazendo minhas revoluções, minhas rotações, apenas esperando o dia de chegar bem perto de ti.
O nosso sistema faz com que orbitemos e vaguemos muito longe um do outro, mas eu sinto uma enorme atração que me prende, por uma fidelidade sem sentido nenhum ao meu Sol.
Na verdade eu orbito em torno de ti.
Dou voltas, circulo, giro e acabo no mesmo ponto.
Queria agora apenas quebrar todas as barreiras e estar bem perto de você. Respeitando as leis da atração que aproxima e une os corpos.
Mas eu apenas orbito você, meu Sol. E não tenho nenhuma lua para me circular e remediar um pouco a minha solidão.
Ah, mas na minha solidão eu revoluciono e brinco, procurando a sua luz.
Sou apenas um planetinha, sem nenhum satélite, sem nenhuma lua, louco pelo brilho do meu Sol.
Esperando o dia do alinhamento, esperando pela nova conjunção.
Meu Sol, minha luz, minha única amada.

sábado, 22 de agosto de 2009

Olhos azuis

[Penso hoje (em 22/08/2009) exatamente naquilo que pensei naquele dia]

Nem eu nem você temos olhos azuis, mas nós dois andamos pelas ruas olhando poucos olhos azuis e buscando verdades veladas.

Quando eu abro a geladeira, sinto que nesse mesmo momento você deve estar abrindo a geladeira, quando eu jogo o controle remoto longe tenho certeza que você também está entediada com a televisão.

Somos nós, afastados por uma distância tão grande, uma barreira de formalidades.

Somos nós, cada um buscando alguma coisa na prateleira do supermercado que teima em não estar lá.

Somos nós, um bebendo a saúde do outro em bares muito distantes.

Somos nós, nos divertindo com outros amantes, mas loucos por nossa presença e nosso momento.

Somos nós, nos olhando com fogo nos olhos, mesmo não estando presentes. Mesmo nos olhando em fotos ou forçando a memória diante do espelho.

Não sei como nasce o desejo, não sei como nasceu esse desejo, mas ele me move, me arrasta.

Vem comigo pra sermos um só, nem que seja por um dia!

SP (31/01/2007)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

não confie em ninguém

Não confie em ninguém
Não siga à direita, não vá pela esquerda
Não beba água sem cloro, se for beber água filtre-a antes
Não peça dinheiro emprestado, não diga que têm dívidas
Não coma frutas sem lavá-las, não coma apenas produtos industrializados
Não confie em elogios, não leve as críticas tão a sério

Não confie em ninguém
Não acredite se alguém disser que a paternidade é um acidente biológico, que só existe a maternidade
Não acredite se alguém disser que a felicidade não existe
Não acredite em alguém que só fala de amor

Duvide dos homens bons, não acredite nos homens maus
Duvide do que dizem os livros, duvide daqueles que citam apenas a bíblia
Não acredite nos idealistas, duvide dos céticos
Não acredite em uma palavra do que eu disser

Duvide, duvide de tudo e de todos
Duvide de você mesma, dúvide de suas certezas, aliás, destrua-as uma a uma

Duvide se eu disser que te amo, duvide de todas as vezes que eu disse isso
Pois todos os dias eu duvido dos meus sentimentos e os reinvento
E é assim que quero te amar
Destruindo sempre o sentimento velho de certeza e reinventando meu amor todos os dias
Até o último dia

Não duvide disso...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A palavra é bem mais que a quebra do silêncio

Eu olhava pra sua beleza muda, todos os dias, todas as horas. Porquê tanto silêncio, eu pensava. Dizia o ditado que o homem prudente que se cala é tido por um sábio.
Mas eu não queria silêncio sábio!!! Eu não queria silêncio nenhum!
Queria ouvir qualquer palavra, qualquer coisa tola, qualquer pensamentozinho sem sentido.
Era muito importante, era como se fosse uma droga, era como se minha vida dependesse disso.
Palavras são veias abertas, deixando escorrer o espírito. São livres, não tem volta. Podem ser medidas, podem ser avaliadas e podem ser reconsideradas, mas só funcionam quando se libertam pela primeira vez.
Eu ficava pacientemente esperando!
Ela não falava.
Os seus lábios tremiam querendo dizer algo, mas o espírito continuava preso, teimando em não libertar-se.
O desespero vinha até a minha boca, era ânsia de ouvir tudo, de ouvir as palavras saltando desconexas e em bloco, mais ou menos como as torrentes de água numa cachoeira, onde todos os sons se confundem e nos deixam surdos.
E as horas passavam, suas mãos falavam, seus olhos falavam, seus pés falavam. Mas a palavra não vinham.
Por fim, vinha a palavra única que quebrava o silêncio.
Vinha a palavra curta, que eu quebrava e espalhava, pra depois juntar, na hora em que chegasse em casa, para reescrevê-la, para repetí-la incansavelmente, para buscar outros significados.
A sua linda palavra muda quebrava, e eu perseguia todo o discurso que teimava em não sair.
A sua linda palavra ecoava, não era muda, era cheia de som, mas era única.
Única palavra, indizível, incompreensível e que ligava todos os pontos necessários do meu discurso sem razão.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Revirei todos os meus backups tentando encontrar esse texto completo, que tem tantos significados pra mim.
Mas, a única coisa que encontro é este trecho, que postei em 02/01/2008.

Luv

Queria começar bem o ano, com um pouco mais de verdade e um pouco de poesia.

Ainda bem que lembrei da música Interlude, a letra consegue expressar bem o que sinto.

É isso.



"Agora me atinge esta nostalgia, este sentimento confuso situado entre a vitória e o fracasso e essa vontade de estar perto de alguém com quem eu não posso estar.

Por quê quero estar com esse alguém? Por quê?

Talvez por um certo jeito de olhar que só algumas vezes eu encontro, talvez pelo formato do nariz. Poucas pessoas dão importância ao formato de um nariz, mas Pascal afirmou que se o nariz de Cleópatra fosse diferente, toda a história do Ocidente seria outra. Não concordo tanto assim com Pascal, mas vá lá.

Acho que o que me prendeu a você é uma espécie de jeito único, acho que é isso! Única.

Mas ainda falta tanto, falta tanto pra se ouvir. Para então poder se dizer: é isso! É isso que eu quis ouvir por tanto tempo!

Não sei se isso será dito um dia, ou se nunca será dito. Mas acho que as palavras estão todas plantadas dentro de você e que um dia elas pularão livres de sua boca. Doces, muito doces.

Enquanto isso, quero apenas que a vida siga seu curso e que as coisas finalmente mudem para mim.

Não vou dizer que te amo, pois seria um exagero no ponto da vida onde eu cheguei. Mas, com toda a certeza, diria que basta um gesto seu para que alguma coisa se transforme nesse mundo. Pra que ocorra uma metamorfose e que alguma coisa mude pra melhor, ou apenas uma flor se abra ou o sol fique mais bonito."

domingo, 9 de agosto de 2009

A Primeira Lei de Newton
"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças a ele impressas."


Procuro aquilo que nunca tive nas gavetas e no meio dos livros velhos que eu mal folheio. Num deles, um dia, encontrei um cartão postal enviada por uma amiga, para o rapaz que era o dono desse livro.
Não gosto desse sol ardente que faz nesses dias, mas gosto da alegria que o calor traz.
Permito-me até a sair e procurar aquilo que não consigo encontrar, o que perdi e nunca tive.
Vejo cartazes de cinema, alguém me fala de peças de teatro e outros espetáculo. Mas eu só quero minha clausura.
É como se quisesse dar um basta na minha incompletude, na minha solitude. Ela é tão minha e me cai tão bem, que romper a barreira de silêncio e isolamento parece mais ser uma perda do que um ganho.
Algo me atrai o olhar, algo brinca com meu olhar, pretendendo me fazer sorrir.
Olho firme e sério, pra no instante seguinte me derreter num olhar de doçura, de compreensão.

"Se um corpo está em equilíbrio, isto é, a resultante das forças que agem sobre ele é nula, é possível encontrar ao menos um referencial, denominado inercial, para o qual este corpo está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme."

Você não está aqui, não está mais aqui porque tirei sua imagem de dentro do espelho e devolvi pra você. E agora, que vai ser?
Procuro novamente algo entre as gavetas, na geladeira, embaixo da cama. Sinto que perdi o que não tive, temo encontrar o que não busco, temo encontrar mais do que mereço.
E agora que devolvi pra você a imagem que estava dentro do espelho? Que ocupava meus dias, que eu olhava sempre antes de enfrentar o mundo.
Por qual motivo eu te devolvi? Por qual motivo eu fiz isso?
Sei apenas que me sinto, em alguns instantes, a pior pessoa que já pisou sobre a terra.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

La Primavera

Nos disseram que no primeiro dia da Primavera sopraria um vento muito frio, seguido de uma onda bem suave de calor.
Nos disseram que apenas uns poucos privilegiados levantariam com os primeniros raios, vendo o sol sair no horizonte, por detrás das finas nuvens brancas, no céu que pouco a pouco deixaria de ter o tom azulado escuro e passaria pro anil.
E, dizendo isso, excitaram-nos para que passássemos toda a noite acordados. Esperando o espetáculo que viria pela manhã.
Cantamos e contamos histórias para o tempo passar.
E um a um nós íamos vencidos pelo sono. Quem dormia pedia para o que ficou acordado chamá-lo, no momento em que o primeiro raio brilhasse.
E restamos só dois, e o sono pesou em nossos olhos. E no último momento de escuridão não resistimos e dormimos pesadamente.
Nos enganaram dizendo que a Primavera viria, a Primavera nunca chegou.

domingo, 2 de agosto de 2009

O direito à Felicidade

O que faz o homem diferente dos outros seres que caminham sobre a Terra?
Os outros seres vivem, tentam aumentar ao máximo sua curta existência, copulam, fazem parte de um bando ou manada, lutam incessantemente entre si para ver quem será o alfa (o dominante) e que escolherá as melhores fêmeas, mas também terá que conduzir o bando.
Os animais se importam com a Felicidade? Será que acordam algum dia com mau-humor? Ou será que eles apenas fazem sua busca em defesa de sua sobrevivência (alimento, sexo e descanso seguro)?
Por que o homem, além de tudo isso ainda quer ser feliz?
Sou um homem também, e a idéia (ou o sonho) de ser feliz povoa minha cabeça.
Mas, por que feliz?
Será que é para dar um significado à existência?
Parando para pensar que no mundo já chegamos na casa dos sete bilhões de pessoas, parece impossível que todos recebam sua parte de amor, de reconhecimento e de felicidade.
Parece ser gente de mais para alegrias de menos.
Sete bilhões de pessoas querendo ser estimadas, ouvidas, compreendidas, amadas. Sete bilhões de ostrinhas querendo expor seus universos para outras ostrinhas.
Pessoas complicadas!
Eu não quero passar sem amor ou sem felicidade, toda vez que olho pra trás e vi que estava sozinho eu me sinto prisioneiro do tempo. Sinto ele passar ligeiro como areia numa ampulheta.
Mas eu, assim como todos os outros, tenho direito à tal Felicidade?
É uma pena, mas como tudo na vida não é questão de mérito, de sorte ou de escolha. É uma questão inexplicável, de um bom encontro, que nós não sabemos se foi marcado ao acaso ou se estava agendado desde quando nós eramos apenas particulazinhas de energia cósmica vagando por aí.

"I want to live and I want to Love
I want to catch something that I might be ashamed of"

(Frankly Mr Shankly - ouvindo e fazendo rabisco no vidro embaçado)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

IMAGINAÇÃO, s. f. Faculdade de imaginar; concepção; fantasia; coisa imaginada; crença fantástica; superstição; cisma; apreensão; devaneio.

Por que imaginamos? Por que na nossa mente algo tão difícil de ser real é tão claro?
Sonhamos acordados? Será que eu enxergo algo que mais ninguém percebe? Será que eu vivo num mundo à parte, num mundo de fantasia? Pra mim é tão claro e tão real.
Apenas queria ter certeza algum dia.
Acho que um pouquinho de certeza, uma certeza mínima e muito pequena eu já cheguei a ter um dia. Mas será que essa certeza que eu tive foi real, ou foi só alguma coisa que eu qus encaixar nos meus sonhos?

"On the day that your mentality
Catches up with your biology
I want the one I can't have
And it's driving me mad
It's written all over my face
It's all over, all over, all over my face"
(MORRISSEY/MARR)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

continuação:

Por quê SIM?
Bem, se amo algo ou alguém, amo alguma qualidade que eu imagino que esse alguém possui. Tenho uma idéia, imagino, daquilo que me atrai.
Mas se imagino e imaginar é, quase sempre uma ilusão, então eu me engano?
NÃO, se o que me atrai são as qualidades notadas nessa coisa ou pessoa, essas qualidades (ou algo que eu imagino ser uma qualidade e me atrai)foram realçadas, vieram a tona em algum momento.
A ilusão, no caso, está em imaginar-se unido a essa coisa ou pessoa amada, está na expectativa da união, o que não é o Amor essencialmente e sim uma de suas propriedades.

Por quê NÃO?
O outro é tão cheio de contradições quanto eu, nos amarmos durante anos ou nos odiarmos por toda a vida são sentimentos opostos muito próximos. Somos propensos a odiar alguém que em algum momento amamos.
Como posso eu ter a exata idéia de que quem eu amo nutre por mim sentimento semelhante e não desprezo ou indiferença?
O outro é um indivíduo que é afetado todos os dias por muitas outras pessoas que lhe parecem agradáveis, interessantes etc.
Amo ou outro, mas posso cobrar como tributo deste amor a sua reciprocidade, a sua devoção?
Disso tudo, apenas uma coisa é certa: o outro deve sempre SABER dos sentimentos que eu nutro, se esse sentimento lhe for indiferente, azar desse alguém!


(Acho que não ficou muito bom...)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

1. Porquê a mais perfeita definição?
Quem ama, ama alguma coisa, ou alguém.
Reciprocidade é requisito para o Amor?
Se seu amor for mundano, pura vaidade de si, a resposta é SIM!
(esse está fadado ao fracasso, já nasce morto)
Mas se seu amor for o puro sentimento da alegria pela simples existência de algo ou de alguém, a resposta é NÃO!
A alegria acompanhada da idéia de uma causa exterior.
Posso eu ter a idéia correta daquilo ou daquela pessoa que causa em mim a alegria por ser objeto de meu Amor?
SIM e NÃO!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A mais perfeita definição de Amor.

Bento de ESPINOSA. ÉTICA, Livro III, Definições das Afecções:

VI. O amor (Amor) é a alegria acompanhada da idéia de uma causa exterior.


Continua...

sábado, 18 de julho de 2009

"And this my four leaf clover
I'm on the line, one open mind
This is my four leaf clover"
(
Head Over Heels)

Um Amuleto deve ser mais que um adorno, mais que um objeto precioso, mais que uma definição, ele deve estar fortemente ligado aos seus desejos, à busca de seus ideais, à materialização de uma crença.

"my four leaf clover..."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Passado? Futuro?
Antes, por um momento, pensei que tudo fosse passado. Nós, humanos, necrófagos, que enxergamos brilhos de estrelas mortas nos céus. A luz elétrica que chega em nossas casas é apenas a água que passou, que moveu a turbina por um instante e se foi.
Mas não, nada é passado, também não há futuro a esperar. Tudo é aqui agora, sempre.
Eu sou um breve momento, um sopro, um corpo se movendo, sonhando, querendo, não querendo. Só por um breve instante. Só por agora.
Ontem fui bebê, a cinco minutos fui jovem, daqui a pouco serei um corpo decrépito. Movendo-me ou recusando-me a mover.
Peitos de silicone, bunda grande, pau de 30 centímetros. Tudo isso são aflições de uma vida tola, fútil. Magreza excessiva, peito depilado, coluna ereta, Audis, Porsche, Ferraris, Giseles Bündchen, tudo isso será superado por outra e outra moda, por outro e outro padrão de beleza e de costumes.
Nosso eterno aqui agora e sempre é uma sucessão de repetição. O mesmo frio na barriga antes de beijar alguém diferente, a mesma ansiedade antes de iniciar em um novo emprego, o mesmo medo de sempre antes de começar a falar em público.
Tudo o mesmo, o diferente contado de outra forma, outra forma e outra forma.
Se fosse tudo futuro eu seria sempre um vir-a-ser, seria sempre um projeto, seria sempre um ideal.
Mas tudo é aqui agora e sempre, eu sou um constructo, eu me modifico todos os dias e continuo sempre o mesmo. Com minhas contradições, minhas estranhezas, meu comportamento, meu jeito.
Eu me modifico sempre e continuo sempre o mesmo. Até o dia em que terminar minha aventura aqui e que aquilo que me move sair de mim e continuar ou completar o seu trajeto.
Aquilo que me move, que me faz querer e não querer, que me faz dar os passos errados na direção correta, aquilo que me faz ser o que sou.
(Bobagens numa quarta-feira muito fria)

terça-feira, 14 de julho de 2009

A Fama é uma besta mitológica com mil olhos, mil bocas e mil ouvidos.
É a mensageira que espalha tanto a verdade quanto a mentira, indistintamente.
Pessoas buscam a fama, o mérito e o reconhecimento, buscam preencher seu ego, minimizar a sua insignificância, a insignificância de suas vidas, sendo bajuladas pelos outros.
“Um dia todos terão seus 15 minutos de fama” (Andy Warhol)
E um viva para a mediocridade!

domingo, 12 de julho de 2009

Flor cheia de espinhos

menina-porco-espinho.

Sim, você é feia!

Linda demais pra mim.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

BERLUSCONI E AS PRIMAS

O primeiro-ministro e magnata das comunicações Silvio Berlusconi promoveu orgias com várias prostitutas em sua casa no sul da Itália.
Trinta prostitutas, isso é um harem!
Para se defender, publicamente ele disse: NUNCA PAGUEI PARA FICAR COM UMA MULHER!
Talvez a frase fique melhor completa com: EU PAGO É PARA ELAS IREM EMBORA!
Não seria mentira.
Bem, qual o problema do primeiro-minsitro fazer farra com putas? Se ele é multimilionário, é sinal que pode pagar.
A casa era dele, ele põe pra dentro quem ele quiser!
A Itália é um festival de sem-vergonhices desde o Império Romano.
O Vaticano é um local onde o falso moralismo domina.
Talvez seja essa mistura que faz dos italianos devassos e falso moralistas. Pecam e pedem perdão depois.
Deixe o Berlusconi fazer suas festinhas com as primas, afinal, quem que na hora do aperto nunca recorreu aos serviços de uma profissional?

domingo, 5 de julho de 2009

Leitura errada? Interpretação falha? Crença em algo invisível? Carência excessiva?
O que nos faz nesta vida enxergarmos coisas que não existem, imaginarmos sucessões de eventos favoráveis a nós?
O que nos faz nesta vida tentar transformar uma mera sucessão de acasos num movimento dos acontecimentos em nosso favor?
Será que a Fortuna existe?
Será que é isso que nos faz humanos?
Como diria Fox Mulder: Eu quero acreditar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

A história não se repete, a não ser como farsa. (Carlos Marx)
Qual é a farsa? Quem é a farsa?
Eu?
A História?
Os fatos?
Bem, mentiras sinceras me interessam...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

E eu te daria os meus melhores anos, que foram gastos a toa ou passaram-se despercebidos enquanto eu dormia, eu te daria esses meus melhores anos em troca de poder te contemplar.
Te contemplar o tempo que fosse necessário pra te guardar, assim como te vi pela primeira vez, até o fim dos meus dias.

domingo, 28 de junho de 2009

Salva-me!
Salva-me primeiro e depois mate-me, pois quero morrer por suas mãos.
Só em suas mãos.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Talvez a pior coisa em ficar velho seja a ausência de abrigos e de refúgios. Abrigo seguro ou luz para os meus pés, tudo isso não passa de uma ilusão.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Ela é uma musa e uma musa não tem um sorriso idiota estampado no rosto, uma musa apenas sorri com os olhos um sorriso misterioso!

segunda-feira, 22 de junho de 2009


Você arrisca o jogo quando responde aos desafios com um "sim"! (Eat for Two - 10000 Maniacs)

domingo, 21 de junho de 2009

Novas estrelas surgem no céu para se sobrepor ao brilho embaçado de velhas estrelas decadentes.
Nova luz sobrepondo-se à luz escassa de velhas estrelas de um último brilho.
Quanto tempo ainda até a velha estrela se apagar? Quanto tempo?