sábado, 26 de dezembro de 2009

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Segunda-feira, Agosto 11, 2008

Hoje estou preenchido pelo tédio, tédio mortal.
Vou ver se encontro por aí, em alguma prateleira alguns corações enlatados para comer no jantar. Um só coração já me alimentaria por muitos anos.
Canned Hearts from Russia, USA ou de qualquer outro lugar.
Com molho vermelho ou branco? Tanto faz, tanto faz.
Numa prateleira bem baixinha tem umas latas meio empoeirados, corações de marcas bem baratinhas, com validade e procedência bem duvidosas...
Hum, coço o queixo, será que vale a pena?
Um coração indigesto causaria danos à minha saúde que eu demoraria anos pra me livrar.
Latas malditas! Tem algumas coisinhas escritas com letras bem miudinhas... Nossa, está escrito em grego, em árabe, em chinês e até em sânscrito. Alguém no mundo sabe ler sânscrito?
Mas eu encasquetei com essa lata. Sei lá, tem um brilho nela, uma harmonia de cores entre o dourado e o vermelho.
Poderia ser bem mais fácil saber o que está escrito nessa lata antes de abrí-la e preparar esse coração...
Eu olho pra danada da lata. Seria até capaz de levá-la pra casa só para pô-la em cima da estante, ao lado dos meus livros e ficá-la admirando.
Mas não quero admirá-la! Quero comer o coração que está dentro dela.
Droga, não entendo de corações, não entendo as letrinhas impressas nas latas.
Comprar a lata com o coração? Comer ou deixar o coração na lata? Morrer de inanição?
Vida difícil essa nossa, hein!?
Perdi vários minutos olhando pra essa lata, com esse coração (que eu nem sei como é ou de onde veio!) enfiado dentro dela. Não sei se a levo. E se leva-lá, não sei bem o que fazer com ela.
Maldita fome de amor, maldita fome!
E o pior é que apenas um coração enlatado, escolhido da forma certa, poderia saciá-la por anos.
Que vida a nossa, hein!?

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