quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SOLITUDE (Alguns Pensamentos esparsos)

Domingo, Novembro 19, 2006

Ô triste, triste était mon âme
À cause, à cause d'une femme.

Je ne me suis pas consolé
Bien que mon coeur s'en soit allé,

Bien que mon cœur, bien que mon âme
Eussent fui loin de cette femme.

Je ne me suis pas consolé,
Bien que mon cœur s'en soit allé.

Et mon cœur, mon cœur trop sensible
Dit à mon âme : Est-il possible,

Est-il possible, - le fût-il, -
Ce fier exil, ce triste exil ?

Mon âme dit à mon cœur : Sais-je
Moi-même que nous veut ce piège

D'être présents bien qu'exilés,
Encore que loin en allés ?

(Verlaine, Paul: Romances sans paroles III)


Quando penso em você fico triste, vejo a ausência de desafios interessantes nessa vida, penso em pessoas, observo as coisas, rompo e recomeço.
Não há razão de haver mais este ostracismo, não há razão para cultivar essa ausência. Mas talvez cultivar essa ausência seja melhor que enfrentar o grande nada, esse vazio enorme que me persegue e que sempre existiu.

Asas do Desejo

Quando assisti Asas do Desejo (Der Himmel uber Berlin - Dir. Win Wenders, 1987), fiquei fascinado, é um dos filmes mais perfeitos já produzidos: o uso dos espaços externos, o lindo Poema da Infância de Peter Handke, os pensamentos dos berlinenses, de todas as origens se confundindo na mente de um anjo, os anjos da guarda assistindo e cuidando das pessoas.
E uma linda e profunda tristeza permeando tudo.
Acho que também procurava alguém que se parecesse com a trapezista, agora quando assistir novamente Asas do Desejo, saberei que minha tristeza tem razão de ser.
Ela realmente existe...

O que é o verdadeiro amor?

O verdadeiro amor chega assim:
num olhar, esperando numa fila,
numa caminhada na praia
ou numa festa de aniversário

O verdadeiro amor é cíclico,
é atemporal, é a tristeza alegre
e a totalidade da vida

O verdadeiro amor vai assim:
breves despedidas e longos afastamentos...

(SP, 2006)

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