sábado, 19 de dezembro de 2009

Nem rua, nem estrada, bem longe do coração do mundo

Não existe espaço sem tempo, e nem tempo sem espaço.
É espaço-tempo!
Lembro de alguma coisa, acontecida há um certo tempo e em um determinado lugar.
Espaço e tempo.
Lembranças cheias de significado nenhum, esperanças e medos sem nenhum fundamento.
Um determinado lugar no espaço, por um certo período de tempo.
Onde te encontro? Em quais horas? Em quais dias?
Onde? Em quais ruas? Perto de qual lugar?
Não naquele lugar onde o tempo pára e não flui!
Aquele lugar, sempre! Aquele mesmo lugar.
Único lugar, que preserva momentos inteiros de breves segundos por tantos e longos anos.
Aquele lugar, repleto de boa magia, repleto de uma paz distante, não sentida há tanto tempo.
Único lugar, que rasga o tecido, não mais espaço-tempo, lugar único no qual o tempo pára, no qual o rio diminui seu fluxo.
Você não entende. Talvez daqui a mil anos, daqui ao milésimo verão você entenda.
Não por não ser capaz. Mas por ser tudo assim, tão incompreensível!
Rasguei o tecido do tempo, por um segundo, pra salvar meu refúgio, pra preservar meu santuário.
Ninguém me rouba isso, ninguém me tira!
E eu caminho por ruas e estradas e passo por pontes e viadutos. E nenhuma delas me conduz ao meu destino (destino?).
E as ruas e as pontes e os viadutos que conduzem ao coração do mundo, à capital secreta do mundo, estão fechadas e apagadas. Não constam mais no guias e nem nos mapas.
E assim, me perco no mundo, tento viver um pouco do tempo em algum espaço agradável, que não seja o velho esconderijo.
O refúgio, o coração do mundo, a capital secreta do mundo, não se abre, para mostrar mistérios ocultos e secretos para mim.
É tortura ter que viver aqui, preso no espaço e no tempo, se é lá que eu quero me perder, lá onde o tempo pára, lá na capital secreta do mundo, que em todos os meus sonhos se abre para mim!

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