domingo, 9 de agosto de 2009

A Primeira Lei de Newton
"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças a ele impressas."


Procuro aquilo que nunca tive nas gavetas e no meio dos livros velhos que eu mal folheio. Num deles, um dia, encontrei um cartão postal enviada por uma amiga, para o rapaz que era o dono desse livro.
Não gosto desse sol ardente que faz nesses dias, mas gosto da alegria que o calor traz.
Permito-me até a sair e procurar aquilo que não consigo encontrar, o que perdi e nunca tive.
Vejo cartazes de cinema, alguém me fala de peças de teatro e outros espetáculo. Mas eu só quero minha clausura.
É como se quisesse dar um basta na minha incompletude, na minha solitude. Ela é tão minha e me cai tão bem, que romper a barreira de silêncio e isolamento parece mais ser uma perda do que um ganho.
Algo me atrai o olhar, algo brinca com meu olhar, pretendendo me fazer sorrir.
Olho firme e sério, pra no instante seguinte me derreter num olhar de doçura, de compreensão.

"Se um corpo está em equilíbrio, isto é, a resultante das forças que agem sobre ele é nula, é possível encontrar ao menos um referencial, denominado inercial, para o qual este corpo está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme."

Você não está aqui, não está mais aqui porque tirei sua imagem de dentro do espelho e devolvi pra você. E agora, que vai ser?
Procuro novamente algo entre as gavetas, na geladeira, embaixo da cama. Sinto que perdi o que não tive, temo encontrar o que não busco, temo encontrar mais do que mereço.
E agora que devolvi pra você a imagem que estava dentro do espelho? Que ocupava meus dias, que eu olhava sempre antes de enfrentar o mundo.
Por qual motivo eu te devolvi? Por qual motivo eu fiz isso?
Sei apenas que me sinto, em alguns instantes, a pior pessoa que já pisou sobre a terra.

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