sexta-feira, 30 de abril de 2010

Você sabe que nunca nos importamos

Sonho de uma noite de verão. Morto! Mais morto do que qualquer feto abortado que eu já tenha visto num daqueles vidros de laboratório.
Sentimentos mortos e frios, boiando no formol, ainda com um cordão umbilical cortado, buscando conexão nas frias paredes do vidro, conduzindo ao feto o gelado formol.
Tentei construir um edifício sobre os escombros de um mundo que jaz em qualquer coisa que desconheço. Falhei!
Não salvei uma alma e nem a conduzi ao inferno. Fiz apenas meu discurso solitário.
Hoje não consigo mais olhar na cara de quem um dia vi, mas não reconheci.
Hoje apenas gostaria de erguer um copo ou dois e brindar à toda infelicidade sobre a Terra.
Sonho de uma noite de verão. Morto, nunca vivo, apenas sonho.

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