terça-feira, 10 de maio de 2011

A poeira

Tudo foi levado por uma leve brisa, passou agora.
Não sei o que sobra depois de tanto, não sei se nada sobra.
Meus olhos viram, meu corpo sentiu e, no instante seguinte, passou.
Você tem mais um minuto?
Eu não tenho, juro. Mas, se você dissesse "por favor, fica" eu permaneceria aqui na porta, eternamente.
O vento passou leve e carregou, uma fina camada de poeira, remexeu o que se assentou nos lugares em que eu não consigo tocar.
E você? Tem mais um minuto?
Não agora, talvez quando o tempo for escasso e quando as chances forem quase nenhuma. É sempre assim.
Agora eu vou embora, junto com a incômoda poeira que o tempo juntou, e que agora levou.

Nenhum comentário: