segunda-feira, 26 de julho de 2010

Plêiade

Eu sinto tanto...
Vejo agora um céu muito estrelado, muito distante do nosso céu cheio de material em partículas e luzes artificiais que encobrem o verdadeiro céu.
Comprei uma flor, talvez porque elas sejam simbólicas. São delicadas e frágeis como todos os sentimentos que a gente carrega. Que podem ser destruídos por qualquer frase, por qualquer gesto ou olhar de frieza e indiferença.
Comprei a flor naquela floricultura, a da Praça João Mendes, aquela cercada por prostitutas. Flores despedaçadas pela dureza do asfalto, dos homens e da vida.
E eu ainda sinto tanto...
Não pude ver reação, não pude ver brilho no olhar, não pude ver nada.
E o tempo passa rapidamente.
Ontem foram 13, hoje já são 17.
Dias difíceis.
E o céu continua lá. Muito acima dos meus dedos, e eu vou tentando driblar a morte, essa dama atraente que promete cura para todas as minhas dores. Eu não a quero! Não agora, que já deixei de ser estatística: não morri antes dos 18, não morri aos 25 e sobrevivi aos 30. Agora, apenas espero.
Eu sou aquele que espera, que faz contas, que inventa histórias, que elabora passatempos e que insiste em sorrir.
E o céu, carregado de estrelas, não oferece uma para mim e nem faz de mim uma delas.
Céu, estrelas, flores, fogos de artifício. Tudo é festa nesta triste passagem.
Estrela, caminhos tortos, amor.
Sonho com seu rosto iluminado a luz de velas.
Será que algum dia você me compreendeu?

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