terça-feira, 29 de junho de 2010

Morte, a Festa

terça-feira, 29 de junho de 2010
23:26

A morte deve ser semelhante a uma festa.
Depois que morremos acho que devemos ser transportados por uma música agradável até um local onde todos se divertem, sorrindo e dançando com copos cheios na mão.
A morte deve ser semelhante à parte final de uma peça de teatro, que termina comigo (ou com você) fazendo o monólogo final com a plateia, dizendo as suas últimas palavras antes que o pano desça.
Atrás do palco estão todos os outros personagens importantes: amores, amigos e os nobres inimigos, todos prontos para os longos abraços e parabéns. Todos prontos para uma grande comemoração do sucesso que foi a minha (sua) representação nessa vida
Seu amor, aquele que você muito amou e que nunca pode ficar junto devido os desencontros do script, é o primeiro(a) a te beijar no fim da peça, depois que toda a encenação termina.
Seu melhor e mais doce inimigo te dá um longo abraço e diz que a sua encenação foi perfeita e que ele quase acreditou no ódio mortal que você dizia sentir por ele durante a encenação. A peça acabou, ele te dá um longo abraço fraterno.
A morte deve ser semelhante a uma festa.
A comemoração pode ser em qualquer lugar: em um boteco, numa cantina italiana ou numa danceteria.
A morte deve ser semelhante a uma festa, alegre e ruidosa. Você deve colocar a boca no ouvido da outra pessoa para se comunicar, vocês riem quando não entendem bem o que o outro quis dizer.
Uma festa eterna, sem a ressaca e sem a preocupação do dia seguinte.

Um comentário:

Tatiane Ricci disse...

É, bem que poderia ser assim...