terça-feira, 14 de setembro de 2010

Saint Paul's Cathedral at night

Não há mais doces palavras. Todas elas estão suspensas.
Um vento bateu forte no quintal ao lado do meu, dentes-de-leão voaram como se fossem uma nuvem de mosquitos, mas eram apenas leves dentes-de-leão.
Gostaria que debaixo de cada palavra existisse um significado encoberto, mas elas são cruas como carne fresca e duras como um pedaço de granito.
Os sonhos? Resolveram tirar férias e ausentaram-se de mim.
Vai saber por onde eles estão... Espero que estejam numa bela praia na Samoa Ocidental!
Queria reviver o doce mistério de ontem, a brincadeira de esconder, a fuga dos olhos...
Mas, não há mais olhos para fugirem. (expressão de infinita decepção)
Há apenas dois olhos desemparelhados, ressecados e ardentes pelo ar seco e pela poluição. Queria um pouco de soro fisiológico, apenas para sentir a falsa sensação de chorar, apenas para sentir os olhos lacrimejarem.
Voltando às palavras, queria ter elas nas mãos como carvão e barro, para fazê-las concretas e sentí-las paupáveis e maleáveis.
Doces palavras, açúcar de fruta, cítricas. Amaria sentí-las batendo no meu rosto.
Tudo suspenso.
Não há o que ler. E nem o que se ler.

Um comentário:

F.I.O.N.A. disse...

OI wHORE !

acabei de fazer uma salada pra meu marido... fiquei de olhos vermelhos de tanto chorar (descasquei a cebola com as mãos molhadas).... esquece o soro fisiológico !!

beijo