sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Objetos QUAse eStelARes

Sei que dormirei no relento, numa rodoviária qualquer, enquanto esperarei o primeiro ônibus que me levará para os campos nos quais você vagueia.
Na minha mochila pesada carregarei sonhos que não se desvaneceram, mas têm todo o peso da responsabilidade de não perder a única (última!) chance da vida (desta vida!).
No monitor de tevê da rodoviária passará um filme de romance açucarado, depois passará um filme de guerra dos anos 60, depois passarão desenhos no meio da madrugada.
Sentirei frio, sei que sentirei muito frio.
Quando eu chegar, com os olhos te farei um pedido, que será feito por outra pessoa, que te suplicará, em meu nome: "Deixe-o entrar!"
Sei que você relutará, que sentirá ódio de mim por eu ter feito você odiar a si própria. Mas, deixe-me entrar!
É tudo que quero, é tudo que pedirei. Mesmo que tudo o que eu faça seja virar as costas e sumir, para sempre de sua vida, no instante seguinte.
Sei que dormirei numa rodoviária fria, vendo romances se desenrolarem na tela e sonhando com o momento em que você me dirá: "Entre!"

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